Vamos relembrar o caso?


Desde o início desta disciplina estamos comentando sobre o caso do Sr. João da Silva. Vamos rever os pontos principais abaixo. 

  • Idade: 68 anos, 
  • Profissão: aposentado. 
  • Queixa: “Não entendo bem o que as pessoas falam, principalmente em lugares com  barulho (sic)”
  • Diagnóstico: perda auditiva sensórioneural moderada bilateral - os limiares audiométricos constam a seguir.
  • Observe que foram mensurados os níveis de desconforto para a intensidade (UCL - Uncomfortable Loudness Level) para as orelhas direita e esquerda. Para exemplificação apenas os valores da orelha direita (U) estão dispostos. 




Instrumento COSI (Escala de Melhoria Segundo o Cliente)

Situações de maior importância para melhorar sua audição, nesta ordem de prioridade: 

  • (1) Entender melhor sua esposa 
  • (2) Entender os familiares (filho, netos) em conversas como almoço ou jantar em família
  • (3) Entender o que o filho e netos falam ao telefone (telefone fixo)
  • (4) Compreender a conversa com os amigos quando "falam todos juntos" (jogo de baralho)
  • (5) Entender o que é dito na televisão (jornal e jogo de futebol).


Seleção das características físicas do AASI e características estruturais e acústicas do molde auricular. 

Conforme discutido anteriormente, foi realizada a seguinte seleção

  • Característica física (tipo de AASI): Miniretroauricular 
  • Tipo de molde (característica física do molde): Molde tipo invisível pois atende ao grau da perda auditiva do paciente (orelha direita e orelha esquerda). 
  • Material do molde: Foi escolhido um material acrílico. Este material rígido foi escolhido em função da idade do paciente, pois propicia inserção e remoção mais fácil. Além disto, este material aceita bem as modificações acústicas que serão necessárias. 
  • Modificações acústicas: Foi selecionada ventilação com diâmetro de 2 mm a fim de diminuir a amplificação de frequencias baixas (que estão mais preservadas) e também evitar o efeito de oclusão.  


Seleção das características eletroacústicas do AASI

Também comentamos que é necessário considerar:

  • Ganho do AASI: selecionar a quantidade de amplificação que este paciente precisa. Isto é feito por meio da aplicação de métodos prescritivos. 
  • Resposta de frequencia: devem ser consideradas as regiões de frequencia onde há maior grau de perda, no caso as frequencias altas, que devem receber maior amplificação.  As frequencias baixas devem receber menor quantidade de amplificação. Este cálculo também é realizado por meio da aplicação de métodos prescritivos. 
  • Saída máxima: é necessário que a saída máxima não ultrapasse o limiar de desconforto do paciente (U) exibido na audiometria. Métodos prescritivos também podem ser utilizados para calcular a saída máxima a partir dos limiares tonais, quando estes limiares de desconforto não estiverem disponíveis.  

Os limiares de desconforto exibidos neste caso estão medidos em dB NA.  A saída máxima do AASI é medida em dB NPS.  Desta forma é necessário fazer uma conversão dos valores em dB NA para dB NPS. 

Correções de NA para NPS:
  • 250 Hz =+16    
  • 500 Hz =+9 
  • 1 kHz =+4 
  • 2 kHz=+7 
  • 3 kHz=+6 
  • 4 kHz=+2

No caso clínico mostrado: 

  • em 250 Hz o limiar de desconforto é 100 dB NA. Aplicando o fator de correção (+16) tem-se 116 dB NPS.  
  • em 500 Hz o limiar de desconforto é 100 dB NA. Aplicando o fator de correção (+9) tem-se 109 dB NPS.
  • em 1 kHz o limiar de desconforto é 100 dB NA. Aplicando o fator de correção (+4) tem-se 104 dB NPS.
  • em 2 kHz o limiar de desconforto é 100 dB NA. Aplicando o fator de correção (+7) tem-se 107 dB NPS, etc...
São necessários sistemas que possam limitar a saída máxima do AASI para não ultrapassar estes valores. Estes sistemas são chamados compressão e corte de picos e serão o tema de estudo desta unidade. 









Last modified: Wednesday, 14 September 2022, 9:50 PM