Foucault analisou as tecnologias de poder baseadas na disciplina que
visavam ao adestramento do corpo individual. Na segunda metade do
século XVIII, emergiu uma tecnologia que atuava sobre a população,
nos “seres viventes” e não simplesmente no corpo do indivíduo, mas na
espécie. Foucault denominou essa tecnologia de biopolítica . A
vigilância, típica das sociedades disciplinares, acompanha os mecanismos de
adestramento dos corpos, os exames individuais e os exercícios repetitivos.
Já a biopolítica lidava “com a população como problema político, como
problema a um só tempo científico e político, como problema biológico e
como problema de poder”