Diagrama de temas

  • Exposições em cartaz

    “VKHUTEMAS: O FUTURO EM CONSTRUÇÃO (1918–2018)”

    SESC Pompéia - 27/06 a 30/09

    Terça a sexta, das 10h às 21h30; Sábado e domingo, das 10h às 18h. - Entrada gratuita


    "O OUTRO TRANSATLÂNTICO. ARTE ÓTICA E CINÉTICA NO LESTE EUROPEU E NA AMÉRICA LATINA ENTRE OS ANOS 50 E 70”

    SESC Pinheiros - 09/08 a 28/10

    Terça a sábado, das 10h30 às 21h30; Domingos e feriados, 10h30 às 18h30 - Entrada gratuita


    “Liceu - História e memória”

    Liceu de artes e ofícios de São Paulo - abertura 11/08

    Rua da Cantareira, 1351 - Luz

    Terça a sábado, das 12h às 17h. - Entrada gratuita


    “MAM 70: Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu de Arte Contemporânea USP”

    MAM de SP - 05/09 a 16/12

    Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até às 18h) - R$ 7. Gratuito aos sábados


    “Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960-1985”

    Pinacoteca - 18/08 a 19/11

    De quarta a segunda, das 10h00 às 17h30 – com permanência até às 18h00 -  R$ 6. Gratuito aos sábados


    “100 anos de Athos Bulcão”

    CCBB - 01/08 a 15/10

    De quarta a segunda, das 9h às 21h. - Entrada gratuita


    "Bauhaus imaginista: aprendizados recíprocos"

    SESC Pompéia - 25/10 a 06/01/2019

    Terça a sexta, das 10h às 21h30; Sábado e domingo, das 10h às 18h. - Entrada gratuita


    "Lasar Segall: ensaio sobre a cor"

    SESC 24 de maio - 26/10 a 05/03/2019

    Terça a sábado, das 10h às 21h30; Domingo, das 9h às 18h. - Entrada gratuita


  • Recomendações

    • Vídeo - Bauhaus Ballet: A dance of geometry

    https://www.youtube.com/watch?v=oo_BLRSuz7s


  • Aula I (07/08) - Apresentação do programa de curso e sistema de avaliação

    1ª Parte – Apresentação do programa do curso

    • Avaliação: Duas provas dissertativas em que serão avaliados os conteúdos discutidos em sala e a leitura dos textos indicados.

    • Lista de presença disponível nos primeiros 30 minutos de aula.

    • A disciplina abrangerá a produção de Arte Moderna e o início da Arte Contemporânea, e terá uma ênfase no estudo das chamadas “artes aplicadas” (que como se verá na disciplina, é um termo complicado).

    • Ressalta-se que a disciplina não pretende construir uma história da arte moderna através da tradicional história dos “ismos” vanguardistas, uma vez que esta narrativa já foi superada.


    2ª Parte - Apresentação do museu

    • O MAC faz parte do corpo dos museus universitários da USP, ao lado do Museu Paulista (“Museu do Ipiranga”), do MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia) e do Museu de Zoologia.

    • A criação do MAC USP em 1963 ocorre com a doação de todo o acervo do antigo MAM de São Paulo para a Universidade, em um contexto de separação desta instituição e da Bienal de São Paulo.

    • O MAC é um museu de pesquisa, que participa de dois programas interunidades de pós-graduação: o de Estética e História da Arte (PGEHA), e o de museologia (PPGMus)

    • O prédio que o museu ocupa no Ibirapuera, projetado por Oscar Niemeyer, fazia parte dos pavilhões erguidos para as comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo, que a princípio foram construídos como arquitetura efêmera. Nesse sentido, ressalta-se o caráter de monumento modernista do próprio edifício.

    • Em visita à exposição do 7º andar do museu, que compõe parte da exposição “Visões da arte no acervo do MAC USP. 1900-2000”, abrigando obras da primeira metade do séc. XX, ressalta-se que a maior parte das obras presentes no acervo do MAC não responderiam a uma narrativa de história da arte tradicional, que seguisse a construção dos “ismos”. Nesse sentido, o projeto expositivo buscou outra disposição e articulação das obras, que permitissem refletir tanto sobre a produção estrangeira, quanto a brasileira, e suas relações.

    Obras percorridas:

    • “Figuras”, 1945 - Pablo Picasso

    • “Formas únicas de continuidade no espaço”, 1913 - Umberto Boccioni

    • “Autorretrato”, 1919 - Amadeo Modigliani

    • “As mães”, 1922/1923 - Käthe Kollwitz

    • “A mãe”, 1916 - Karl Schimidt-Rottluff

    • Desenhos de Emiliano Di Cavalcanti ( incluindo um projeto de cenografia)

    • Desenhos de Antônio Gomide (Estudos para estampa)

    • “Plano em superfícies moduladas nº 2”, 1956 - Lygia Clark

    • “Expansão”, 1964 - Iberê Camargo

    • “Unidade tripartida”, 1948/ 1949 - Max Bill


    Indicação de leitura:
    1. HOBSBAWM, Eric John. Capítulo 6 - "As artes, 1919-1945" In: Era dos extremos: o breve século XX, 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras.



  • Aula II (14/08) - Modernidade e Modernismo: acepções da Arte Moderna; sobre o conceito de Vanguarda; sobre o conceito de artes aplicadas

    1ª Parte - Profa. Ana Magalhães

    Início da Arte Moderna

    • Século XIX: contexto de grandes transformações com os processos de industrialização, urbanização, laicização e de instauração da república (que no caso Francês se inicia com a Revolução Francesa em 1789, mas só se consolida em 1871).

    • A Arte Moderna se apresentaria assim como proposta de atualização da pintura diante dessas transformações (criação do Salão dos Recusados em 1863 como marco do rompimento com a Academia de Belas Artes e sua tradição artística).

    • As obras “O almoço na relva” e “Olympia” de Édouard Manet foram analisada como pinturas paradigmáticas do início do Impressionismo, apresentando uma atualização de forma e conteúdo. Para a análise foram apresentadas as obras:

      • Édouard Manet, “O almoço na relva”, 1862-63, óleo/tela. Musée d'Orsay, Paris;

      • Giorgione, “O concerto campestre”, 1508-09, óleo/tela, Museu do Louvre, Paris;

      • Édouard Manet, “Olympia”, 1862-63, óleo/tela, Musée d’Orsay, Paris - apresentada no Salão de 1965;

      • Cosey Fanni Tutti, poster de sua exposição de apresentação da performance “Sexual Trangression no. 2”, Institute of Contemporary Arts, Londres, 1976;

      • Giorgione, “Vênus adormecida”, 1510, óleo/tela, Gemäldegalerie, Dresden;

      • Ticiano, “A Vênus de Urbino”, 1538, óleo/tela, Galleria degli Uffizi, Florença

      • Paul Cézanne, “Uma Olympia moderna”, 1873-74, óleo/tela, Musée d’Orsay, Paris


    • O poeta Charles Baudelaire como um teórico que propôs uma nova acepção de Belo, que continha a idéia de atualização (tinha o ilustrador Constantin Guys como modelo):

    • “Eis aqui uma bela oportunidade para estabelecer uma teoria racional e histórica do belo, em oposição à teoria do belo único e absoluto, para mostrar que o belo é sempre, inevitavelmente, uma composição dupla (...). O belo é feito de um elemento eterno, invariável, cuja quantidade é extremamente difícil de determinar, e de um elemento relativo, circunstancial, que será, se assim quisermos, em cada caso ou todas juntas, a moda, a moral, a paixão.” - Trecho extraído de “O pintor da vida moderna”, Parte I - O belo, a moda e a felicidade.

    • Constantin Guys, “Na rua”, 1860, óleo/tela, Musée d’Orsay, Paris.


    Como parâmetro geral, foi apresentada uma periodização da Arte Moderna:

    • 1860 a 1890: Estabelecimento de atitudes de questionamento das instituições artísticas e reformulação da linguagem da pintura ainda dentro da noção de representação.

    • 1890 a 1920: Surgimento das chamadas Vanguardas Históricas e advento do Primitivismo.

    • 1920 a 1945/50: Período conhecido, em vários circuitos artísticos, como o de “Retorno à Ordem”.

    • Pós 1945: Consolidação da Abstração como a linguagem modernista por excelência.


    Termos moderno, modernidade e modernismo

    Termos que se relacionam entre si, mas possuem significados e histórias diferentes:

    • MODERNO - utilizado desde o século XVI: relativo a modus, hábito ou costume, que depois evolui para significar “de agora” ou “atual”.

    • MODERNIDADE - utilizado a partir do século XIX: vocabulário da crítica que faria a defesa dos artistas não-acadêmicos (Ruskin e Baudelaire).

    • MODERNISMO - utilizado a partir do século XX: para designar todas as vertentes artísticas que se desenvolveram a partir do surgimento das vanguardas da primeira metade do século XX (até anos 1950).

    • ARTE MODERNA - dentro da tradição crítica do século XX, referente à “arte do agora”; mas para certa historiografia da arte, a arte da Idade Moderna.


    T.J. Clark, “A pintura da vida moderna”, 1985

    O autor reformula o conceito de “flatness”, propondo uma crítica ao pensamento formalista da Arte Moderna (Clement Greenberg entende a bidimensionalidade só como problema formal da pintura). Segundo Clark, entre 1860 e 1918 a vanguarda atribuiu valores complexos à bidimensionalidade (“flatness”):

    • Valor análogo a “popular” (ideia de que a pintura é um trabalho manual honesto).

    • Valor análogo à idéia de modernidade, remetendo à produção de pôsteres, etiquetas, gravuras de moda e fotografias.

    • Uma não-ruptura da superfície (tomando Cézanne como exemplo) que expressava a uniformidade do olhar ele (forma de nosso conhecimento das coisas).


    2ª Parte - Patrícia Freitas - Sobre o conceito de artes aplicadas

    • Conceito que abrange a produção de mobiliário, artes gráficas, artes têxteis, entre outras produções de caráter utilitário. (Uma vez que no século XIX estes campos não eram ainda separados)

    • Pré-rafaelitas - grupo artístico da Inglaterra do século XIX que recuperava a arte gótica existente antes do pintor Rafael (Renascimento) e tinha como grande modelo Fra Angelico. Essa recuperação incluía um fazer artístico coletivo que se afastava da arte filosófica e intelectual do Renascimento.

    Obras apresentadas:

    • Dante Gabriel Rossetti, “Ecce Ancilla Domini! (The Annunciation)”, 1849-50. Óleo sobre tela, 72,4 x 41,9 cm. Londres, Tate Gallery

    • Fra Angelico (Irmão Angélico), “Anunciação”, afresco, c. 1440, Florença.)


    • Arts and Crafts

    • No contexto do progresso industrial na Inglaterra, estes artistas combateram a degradação da sociedade por meio da qualificação do trabalho artesanal;

    • Forte caráter moral e social - William Morris;

    • Valorização do trabalho associativo e retomada do Gótico para a arquitetura, literatura e arte (Pré-Rafaelitas);

    • Condenação de uma arte intelectual (ensinada nas Academias) e valorização do trabalho honesto e humilde, semelhante aos mestres e artesãos das guildas medievais.

    * Dissolução de qualquer distinção entre a arte “pura” e a arte decorativa ou aplicada: “a pesquisa estética, assim, se estende a tudo o que forma o ambiente e serve à vida do homem.” (ARGAN, Arte Moderna, p. 172).

    * As padronagens bidimensionais se associam à idéia de flatness de T. J. Clark (aspecto de modernidade em usar a superfície chapada)

    Obras apresentadas:

    • William Morris, Pimpernel, 1876, Papel de parede. Londres, Victoria and Albert Museum.

    • Phillip Webb, Red House, 1859, em Kent, Inglaterra.

    • Edward Burne-Jones, mural (detalhe), 1859. Red House, Kent, Inglaterra.


    • Art Nouveau

    • Se desenvolve em países europeus e americanos onde se alcançou certo nível de desenvolvimento industrial;

    • Adquire um caráter semelhante à moda: espalha-se como um estilo que é copiado pela indústria e produzido em larga escala (fetichismo da mercadoria - Argan - mercantilização do artesanato)

    • Perde-se a consciência do problema social e o anti-industrialismo característico do Arts and Crafts. É um movimento de ornamentação urbana e embelezamento da cidade.

    Obras apresentadas:

    • Jan Toorop, O canto dos tempos, 32 x 59 cm. Pastel e carvão. Rijksmuseum Kroller-Muller.

    • Otto Wagner, Vila Wagner (atual Fuchs Museum), 1886-88. Viena, Áustria.

    • Victor Horta, Balaustrada da escada da Casa Solvay, 1894-9. Bruxelas, Bélgica.

    • Mencionou-se também a FAU Maranhão como exemplo dessa arquitetura em São Paulo


    • 1920: ascensão da arquitetura moderna racionalista

    • busca por um novo tipo de diálogo entre as artes e o cotidiano - despojamento e criminalização do ornamento (Adolf Loos, Ornamento e Crime, 1908).

    Bauhaus - Proposta de convergência entre arte e vida, arte e sociedade, arte e indústria;

    • Dificuldades: Léger - Homem médio não consegue lidar com a parede vazia (falta de adorno)

    • Retomada da arte mural

    Obras apresentadas:

    • Bauhaus (1919-1933). Edifício de Walter Gropius, 1926. Dessau, Alemanha.

    • Marcel Breuer. Cadeira Wassily, 1925-26.

    • Le Corbusier, Casa E1027, 1938-39. Projeto arquitetônico de Eillen Gray, 1926, França.

    • Mario Sironi, A Itália Corporativa, mosaico no Palácio do povo da Itália, Milão 1936-37.

    * Destaca-se a importância da imprensa para a circulação dos ideais modernos (de Morris ao modernismo pós-segunda guerra).


    Indicação de leitura:

    1. Introdução do livro: HARRISON, Charles et alli. Modernidade e Modernismo : A Pintura Francesa no Século XIX. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.

    2. Introdução do livro: CLARK, T.J. A Pintura da Vida Moderna : Paris na arte de Manet e de seus seguidores . São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

    3. ARGAN, Giulio Carlo. Capítulos 3 e 4. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos . São Paulo, Companhia das Letras, 2016, pp. 175-219.

    4. LÉGER, F. A parede, o arquiteto e o pintor. In: Funções da pintura. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Nobel, 1989 (3a edição).

  • Aula III (21/08) – As duas primeiras décadas do século XX: As chamadas Vanguardas Históricas na Europa

    A instauração das Vanguardas

    • As proposições de Baudelaire em “O pintor da vida moderna” (recuperadas da aula anterior) e as de Marinetti em “Fundação e Manifesto do Futurismo” foram analisadas buscando caracterizar os princípios gerais das Vanguardas do início do séc. XX. Destaca-se nesse sentido o fato dos dois autores colocarem o problema do Belo como problema de atualização, inserindo no campo da arte o problema ético (para além do estético). Atente-se para o fato de Marinetti trabalhar com um novo modelo para o Belo: a máquina.

    “Então, com o vulto coberto pela boa lama das fábricas – empaste de escórias metálicas, de suores inúteis, de fuligens celestes - , contundidos e enfaixados os braços, mas impávidos, ditamos nossas primeiras vontades a todos os homens vivos da terra: (...)4. Afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu de uma beleza nova:  a beleza da velocidade. Um carro de corrida adornado de grossos tubos semelhantes a serpentes de hálito explosivo...um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais belo que a Vitória da Samotrácia.” - Filippo Tommaso Marinetti, “Fundação e Manifesto do Futurismo” (1909)


    • Peter Bürger, Teoria da Vanguarda (1974) - Traços que caracterizam as Vanguardas para o autor:

    • Tomada de posição política  (formato de movimento/manifesto)

    • Interação Arte e Vida (proposições utópicas)

    • Primitivismo (relações com as culturas não-ocidentais)

    • Autonomia do campo da arte

    • Originalidade (expressão da individualidade artística)

    • INTERNACIONALISMO

    • Questionamento sobre o estatuto da OBRA DE ARTE

    • Diferencia o valor que o novo passa a ter na Arte Moderna (especialmente as Vanguardas):“No modernismo, o que distingue a categoria do novo das utilizações anteriores e absolutamente legítimas da mesma categoria é a radicalidade da ruptura com o que até então foi vigente.”

    * Para bürger o modelo de vanguarda era o Dadaísmo, que possuía um ativismo político.

    * Prevalece a idéia de que toda vanguarda é positiva, revolucionária e democrática. Entretanto a relação do Futurismo com o fascismo italiano lembra que esta inspiração anti-autoritária não era óbvia, nem unânime.


    • Para tratar o processo de surgimento da arte de vanguarda, foi feita uma análise comparativa entre as obras:

    • Claude Monet, “O almoço na relva”, 1865-66, óleo/tela, Musée d’Orsay (impressionista), com Manet (“O almoço na relva”, 1862-63)

    • Paul Cézanne, “Grandes banhistas”, 1900-1906, óleo/tela, Philadelphia Museum of Art (grande modelo das gerações vanguardistas e considerado precursor da Arte Moderna por todos os textos de história da arte).

    • Pablo Picasso, “As moças de Avignon”, 1907, óleo/tela, MoMA, Nova York (Considerada como obra fundadora do cubismo e das vanguardas).

    • Jean-Auguste Dominique Ingres, “O banho turco”, 1862, óleo/tela, Museu do Louvre (Referência para “As moças de Avignon” que é parte da tradição neoclássica de pintura do século XIX - Arte Moderna tem retórica de rejeição à tradição, mas se refere a ela)

    Obs.: A análise da obra de Picasso suscitou questões relacionadas ao primitivismo e suas relações de poder. Sendo necessário apontar o contexto colonialista dessa produção, além das questões relacionadas à representação feminina.


    • Breve explicação sobre os diversos movimentos artísticos vanguardistas que se formaram entre as duas primeiras décadas do século XX:

    • Fauvismo (Matisse, Vlaminck, Dufy) e Expressionismo (Grupos A Ponte - Schmidt-Rottluff, Kirchner e O Cavaleiro Azul - Kandinsky, Klee)

    • Cubismo (Picasso, Braque)

    • Futurismo (Marinetti, Boccioni, Russolo, Balla)

    • Construtivismo (el Lissitzky, Tatlin, Malevitch, Rodchenko)

    • De Stijl (Mondrian, Theo van Doesburg)

    • Suprematismo e Neoplasticismo (Malevitch e Mondrian)

    • Dadá (Duchamp, Schwitters, Hannah Höch)

    Obras percorridas:

    • Henri Matisse, “A alegria de viver”, 1905-06, óleo/tela, Barnes Foundation, Filadélfia

    • Karl Schmidt-Rottluff, “Casas à noite”, 1912, óleo/tela, MoMA, Nova York.

    • Wassily Kandinsky, “Impressão III (concerto)”, 1911, óleo/tela, Lenbachhaus, Munique.

    • Georges Braque, “Casas em L’Estaque”, 1908, óleo/tela, col. privada.

    • Paul Cézanne, “O mar em L’Estaque”, 1885, óleo/tela, Musée d’Orsay.

    • Pablo Picasso, “Violão”, 1912, objeto feito com papelão, MoMA, Nova York. - como referência à obra de Braque.

    • Giacomo Balla, “Paisagem”, 1913, óleo/tela, col. particular.

    • Kasimir Malevitch, “Quadrado preto”, 1915, óleo/tela, Museu Estatal de São Petersburgo - obra exposta na primeira exposição suprematista, Moscou (1915) .

    • Registro fotográfico da Merzbau, de Kurt Schwitters, 1923-1937 - concepção do artista para até 6 cômodos de sua casa em Hanover.

    • Hannah Hoch, “Corte com a faca de cozinha a barriga de cerveja da República de Weimar”, 1919, fotocolagem.

    * Comparação entre as organizações expositivas tradicionais (Salão Anual da Academia de Belas-Artes, Paris, 1855 - fotografia atribuída a Eugène Disderi) e das vanguardas (Exposição Internacional do Dadá, Berlim, 1921).


    Textos citados em aula:

    • Walter Benjamin - Paris, capital do século XIX.

    • Edward Said - Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente

    • Carlo Ginzburg, “Além do exotismo: Picasso e Warburg” In: Relações de força. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, pp. 118-136.

    • Mark Antliff & Patricia Leighten, “Primitive” In: Robert Nelson & Richard Shiff (orgs.). Critical Terms for Art History. Chicago/Londres: University of Chicago Press, 1996, pp. 170-186. (FICA JÁ INDICADO PARA A AULA SOBRE PRIMITIVISMOS)

    • Matthew Rampley, "Art History and the Politics of Empire: Rethinking the Vienna School", The Art Bulletin, vol. 91, no. 4 (December 2009), p. 446-462.

    • Palestra da profa. Ana Magalhães sobre Suzanne Valadon no MASP: https://www.youtube.com/watch?v=mlRfFfF75K8

    Indicação de leitura:

    1. BÜRGER, Peter. “Capítulo 3 - A obra de arte de Vanguarda”, in: Teoria da vanguarda. Tradução José Pedro Antunes. São Paulo: Cosac & Naify, 2008. 

    Link para acessar livro na íntegra: https://monoskop.org/images/5/5b/Buerger_Peter_Teoria_da_vanguarda.pdf

  • Aula IV (28/08) – A instituição artística para acervos de arte moderna: o caso do MoMA, em Nova York; formação de coleções de artes aplicadas

    1ª Parte - Profa. Ana Magalhães - A institucionalização da arte moderna: exposições, coleções e museus de arte moderna

    ●       Processo de institucionalização da Arte Moderna

    • 1850 - 1920: Após um primeiro momento de exposições que apresentaram a Arte Moderna, surgimento de galerias e colecionismo privado especializados.

    • 1920 - 1940: Surgimento dos primeiros acervos públicos de Arte Moderna (doações).

    • 1930 - 1950: Especialização dos museus de arte - Surgimento de Museus de Arte Moderna.

    Obs.: O Museu enquanto instituição nasce no século XIX em um contexto de formação dos estados nacionais (fim das monarquias), bem como de industrialização. Após seu surgimento, ocorre um processo rápido de especialização, e ao final do séc. XIX já se encontravam museus específicos de zoologia, botânica, arte…

     

    ●       Exposições universais e espaços de exposição fora dos Salões - 2a. metade do século XIX

    A partir da década de 1850:

    • Exposições Universais:

    * 1851: Primeira Exposição Universal - Exposição nos Jardins de South Kensington, Londres - feitos da arte e da indústrias das nações europeias

    * Este modelo de exposição alcança enorme sucesso a partir de então: veja-se Exposição Universal de Paris (1855, 1867, 1889, 1900), Exposição Universal de Viena (1873), Exposição Universal de Barcelona (1929).

    • Pavilhão do Realismo de Gustave Courbet (1855) - (Apesar de não ser propriamente moderno, é precursor como atitude de criar um pavilhão alternativo)

    • Exposições impressionistas (1874-1886)

    • Salão dos Independentes e Salão do Outono

    • Exposições das Secessões (Viena, Dresden)

    DIVULGAÇÃO MAIS SISTEMÁTICA DA ARTE MODERNA:

    • Bienal de Veneza - 1985: nasce do processo de unificação da Itália, já como uma exposição bienal de artes.

    • Bienal de São Paulo (1951) - “Cópia” do modelo da Bienal de Veneza; Brasil ocupava um papel importante dentro do contexto de interesse nas relações econômicas com a América latina.

    • Documenta de Kassel (1955) - Criada em um contexto de reparação pós-segunda guerra mundial (após a perseguição da Arte Moderna feita pelo estado nazista)

    * Nos últimos 20 anos surgimento de uma quantidade gigantesca de bienais no mundo (modelo eficaz ligado à inserção de economias ao mercado global)

     

    ●       Coleções privadas que deram origem a acervos de arte moderna

    • 1890: Impressionistas e a aquisição de “Olympia”, de Édouard Manet - doação para o Museu do Louvre

    • 1899: Doação da Coleção Gustave Caillebotte ao Estado francês

    • 1900 ca.: Constituição da Coleção Gertrude e Leo Stein, Paris

    • 1908-1922: Constituição da Coleção Albert Barnes e criação da Barnes Foundation, Merion, Pensilvânia

    • 1907-1917: Constituição da Coleção Sergueï Chtchoukine e posterior estatização para criação do Museu de Arte Ocidental, Moscou

    • 1939-1943: Política de incentivo à criação de coleções de arte moderna italiana

    • 1938-1943: Galeria e Coleção Peggy Guggenheim, Art of this Century, Nova York

     

    ●       Criação de museus de arte moderna

    Primórdios: Museu dos artistas vivos → Musée du Luxembourg, Paris (1818) e Galleria Nazionale d’Arte Moderna, Roma (1883)

    • 1917: Estatização da Coleção Chtchoukine - Museu de Arte Ocidental de Moscou

    • 1922: Abertura da Barnes Foundation para o público, Merion (EUA), e exposição da Coleção Gustave Caillebotte no Musée du Luxembourg, Paris

    • 1927-28: Kabinett der Abstrakten, de El Lissitzky para o Landsmuseum de Hanover

    1929: Fundação do MoMA, Nova York

    • 1939-1952: Museu de Arte Não-Objetiva (Hilla Rebay à frente do Solomon Guggenheim Museum)

    • 1946: Galleria Nazionale d’Arte Moderna de Roma - Gestão Palma Buccarelli

    • 1947: Fundação do Musée National d’Art Moderne, Paris

    1948-49: Fundação dos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro

    Obs.: EUA cria imagem de pioneirismo na criação do Museu de Arte Moderna - É necessário relativizar essa imagem. Entretanto, ressalta-se a importância de uma nova elite de um país emergente que se esforça em criar uma identidade ilustrada própria (aproximação entre as imagens do self-made man e do artista de vanguarda).

     

    2ª Parte - Patrícia Freitas - Formação de coleções de artes aplicadas nos séculos XIX e XX

    ●       Artes aplicadas também eram exibidas nas Exposições Universais (marcadas pelo contexto colonialista e de formação dos Estados Nacionais).

     

    ●       Modelos de Museus de Artes Aplicadas

    • Victoria & Albert Museum, Londres (1857)

    • MAK - Museu Austríaco de Artes Aplicadas / Arte Contemporânea, Viena (1863)

    • Museu de Artes Decorativas de Paris (1905)

    • Metropolitan Museum of Art, Nova York (1870)

    • Trienal de Milão (1927)

     

    ●       Victoria & Albert Museum:

    • Núcleo inicial: conjunto de objetos da I Exposição Universal de 1851 (conjunto exposto é incorporado à coleção da coroa);

    • 1899 - abre-se um Museu de Ciências, e a V&A fica exclusivamente com a coleção de artes aplicadas;

    • Coleção: Jóias, Têxteis, Vestidos de Noiva, Moda, Vidros, Metais, Arquitetura, Cerâmicas, Livros, Teatro, Esculturas e Desenhos.

     

    ●       MAK - Museu Austríaco de Artes Aplicadas, Viena:

    • Fundado como Museu Imperial Real de Arte e Indústria, em 1863;

    • Papel didático importante: fonte para o estudo de modelos das artes aplicadas de “todos os tempos”;

    Coleção:

                • Design em Viena em 1900;

    • Arts and Crafts 1890-1938;

    • Asia, China, Japão e Coréia;

    • Renascimento, Barroco e Rococó;

    • Estilo Imperial Biedermeier (1815-1848);

    • Historicismo e Art Nouveau.

     

    ●       Museu de Artes Decorativas de Paris:

    • Fundado em 1905 pelos membros da União das Artes Decorativas;

    • Coleção inicial de porcelana, toalhas de mesa, mobiliário e outras peças francesas;

    • Faz sucesso com o público as salas de época, que reproduzem a decoração de um período (aspecto didático);

    Coleção:

    • Jóias;

    • Têxteis;

    • Móveis;

    • Publicidade;

    • Porcelanas.

     

    ●       The Metropolitan Museum of Art, Nova York:

    • Abre em 1870 para o público, inspirado no modelo francês de museu/instituição nacional de

    arte;

    • Coleção montada a partir de aquisições sistemáticas;

    • Dois importantes setores: American Wing e European Sculpture and Decorative Arts - repositório de artes decorativas de “todos os tempos”;

    • Montagem das salas de época, com reproduções do que chamam de “arte doméstica”, dos séculos XVII ao XIX.

     

    ●       Questões relacionadas aos Museus de Artes Aplicadas

    • Coleções que buscam linearidade temporal - mesma estratégia das narrativas de história da arte (museus criam uma narrativa para esses objetos);

    • Diferentes soluções expositivas (esses objetos não são feitos para serem expostos);

    • Forte teor educativo e objetivo de fornecer modelos para o estudo de artistas e arquitetos;

    • Forte ligação com o ambiente industrial;

    • No ambiente brasileiro não foram criados museus de artes decorativas - a divisão entre artesão e artista é muito mais demarcada no país (rejeição cultural do trabalho manual).

     

    • Anos 1930: questionamento do modelos de artes aplicadas da virada do século XIX

    • Crise das artes decorativas - novo conceito: síntese das artes maiores (Le Corbusier)

    • Modelo logo também inserido no espaço expositivo - desmantelamento da arte pública e problema das artes aplicadas para o modernismo pós anos 1950.

     

    ●       Indicações feitas em aula:

    • Filmes norte-americanos da década de 1930 e 1940 sobre cidades brasileiras - Exemplo:

    • Filme Exposição Universal de Paris 1900: 

    • Inauguração da I Bienal de São Paulo (1951):

     

     


  • 04 DE SETEMBRO – NÃO HAVERÁ AULA (SEMANA DA PÁTRIA)

  • Aula V (11/09) – Instauração do Modernismo no Brasil; artista-artesão x artista-artista

    Indicação de leitura:

    1. FABRIS, Annateresa. Figuras do moderno (possível). In: Schwartz, Jorge. Brasil, 1920-1950: da antropofagia a Brasília. São Paulo: Cosac & Naify, 2002, pp. 41-51.

    2. Mário de Andrade. “O artista e o artesão”. In: O baile das quatro artes. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1975.


  • Aula VI (18/09) – Expressionismos

    Indicação de leitura:

    1. HARRISON, Charles ... [et al]. Capítulo 1 - O Primitivismo e o "Moderno". In: Primitivismo, Cubismo, Abstração. Começo do século XX. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 1998.

    2. NAZÁRIO, Luiz. "O expressionismo no Brasil". In, Guinsburg, J. O Expressionismo . São Paulo: Ed. Perspectiva, 2002. pp. 607-630.

  • Aula VII (25/09) – Primitivismos: a descoberta da cultura de povos não-ocidentais e de não-artistas

    Indicação de leitura:

    1. Mark Antliff & Patricia Leighten, "Primitive" In: Robert S. Nelson & Richard Shiff (orgs.). Critical Terms for Art History. Chicago & Londres: The University of Chicago Press, 1996, pp. 170-184.

    2. Kaira M. Cabañas, "Learning from Madness: Mário Pedrosa and the Physiognomic Gestalt", October, n. 153, verão, pp. 42-64.

  • Aula VIII (02/10) – Visita ao acervo do MAC 7o. andar (AULA NO MAC IBIRAPUERA)

  • Aula IX (09/10) – 1a. PROVA

  • Aula X (16/10) – Realismos; Arte do entreguerras entre Itália e Alemanha e suas reverberações no Brasil

    Indicação de leitura:

    1. HARRISON, Charles ... [et al]. Capítulo 4 - Realismos e Realidades. In: Realismo, Racionalismo, Surrealismo. A arte no entre-guerras. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 1998.

    2. CHIARELLI, Tadeu. Naturalismo, regionalismo e o retorno à ordem no caso do modernismo brasileiro. In: Um modernismo que veio depois: arte no Brasil - primeira metade do século XX. São Paulo: Alameda, 2012. pp. 33-50.

    3. GOLAN, Romy. Introduction. In: Muralnomad: the paradox of wall painting, Europe 1927-1957 . New Haven: Yale University Press, c2009.

  • Aula XI (23/10) – Entre a figuração e a abstração: o contexto do imediato segundo pósguerra/Abstração geométrica X Abstração lírica: a vanguarda nos anos 1950

    Indicação de leitura:

    1. DÉGAND, Léon. [texto de apresentação] Cat. Exp. Do Figurativismo ao Abstracionismo . São Paulo: Museu de Arte Moderna, 1949.

    2. READ, Herbert. Capítulo VII. Origens e desenvolvimento de uma arte da necessidade interior. Expressionismo abstrato. In: Uma história da pintura moderna. São Paulo: Martins Fontes, 2000. pp. 218-285.

    3. READ, Herbert. Capítulo VIII. Depois do expressionismo abstrato. In: Uma história da pintura moderna. São Paulo: Martins Fontes, 2000. pp. 286-324.

  • Aula XII (30/10) – A abstração no Brasil

  • Aula XIII (06/11) – Aula de campo: visita aos murais da cidade de São Paulo - Ponto de encontro: Edifício Hotel Jaraguá, 9h00

    Ponto de encontro: 8:45 no Hotel Jaraguá

    Itinerário:

    1. (09h-09h45) Edifício Hotel Jaraguá (antigo Estadão), Clóvis Graciano, Di Cavalcanti e Adolph Franz Heep, 1952; 
    2. (09h55-10h15) Edifício Vila Normanda, Antonio Maluf, Lauro Costa Lima, 1964; 
    3. (10h15-10h35) IAB, Antonio Bandeira, Abelardo de Souza, Galiano Ciampaglia, Hélio Duarte, Jacob Rutchi, Rino Levi, Roberto Cerqueira Cesar e Zenon Lotufo, 1952; 
    4. (10h40 - 10h55) PARADA PARA CAFÉ E BANHEIRO: Pão do Olivier
    5. (11h-11h20) Galeria Califórnia, Cândido Portinari, Oscar Niemeyer e Carlos Lemos, 1953;
    6. (11h25-11h40) Galeria Nova Barão, Bramante Buffoni, Ermano Siffredi e Maria Bardelli, 1962;
    7. (11h45-12h) Galeria R. Monteiro, Burle Marx,  Rino Levi, Roberto Cerqueira César e Luiz Roberto de Carvalho Franco, 1959-1963

    Orientações:

    - Usar roupas e calçados confortáveis para caminhar e permanecer de pé;
    - Levar bolsas e mochilas pequenas e de preferência sem objetos de alto valor;
    - Evitar mexer muito no celular enquanto caminha ou observa os painéis, será dado um tempo para fotos em que eu ficarei atenta ao nosso entorno;
    - Caso se perca do grupo, espere no próximo ponto de encontro;
    - O centro é um lugar cheio durante a semana, tente não impedir a passagem das pessoas;
    - A presença na aula vai ser computada através de assinatura na lista de presença no nosso primeiro ponto de encontro.

  • Aula XIV (13/11) - VISITA À EXPOSIÇÃO MAM 70

    Encontro em frente à entrada principal do MAM (Ibirapuera) as 8:45. (Como entraremos antes do horário de abertura do museu, seremos encaminhados pela portaria dos funcionários às 9 hrs)

  • Aula XV (27/11) – PROVA FINAL