Programação
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1. Apresentação do programa.
2. Mapeamento inicial do campo de estudo sobre ação coletiva e movimentos sociais
2.1 Classe e conflito político no pensamento marxista. Sociedade civil, luta de classes, organização, consciência, hegemonia e representação.
2.2 Massa e psicologia social da ação coletiva na Teoria Crítica.
2.3 O lugar e o papel do direito nas duas vertentes.
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Teorias contemporâneas sobre ação coletiva e movimentos sociais
1. Abordagens norte-americanas:
1.1 Teoria da mobilização dos recursos: recursos, ação, estratégia, indivíduos.
1.2 Teoria do Processo Político : interesse, mobilização, repertórios, revoluções, oportunidades, protestos, estruturas e ciclos.
2. Teorias dos novos movimentos sociais e redes de movimentos: identidades coletivas, emoções e cultura.
3. Abordagens latino-americanas sobre ações coletivas e movimentos sociais
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Novas formas de ação coletiva e os desafios teóricos contemporâneos nos estudos sobre ações coletivas e movimentos sociais
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1. Para além dos movimentos sociais, da relação entre Estado e sociedade civil e do ocidentocentrismo
1.1 Transnacionalização dos ativismo
1.2 Ondas de protesto e formas violentas de ação coletiva
1.3 Aproximações teóricas com estudos pós/decoloniais
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Novas formas de ação coletiva e os desafios teóricos contemporâneos nos estudos sobre ações coletivas e movimentos sociais II
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1. Mobilizações e protestos na América Latina
2. Mobilizações e protestos no Brasil na atualidade
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Começamos a estudar a partir deste tópico a teoria dos direitos humanos segundo três autores principais: Immanuel Wallerstein, Etienne Balibar e Boaventura Souza Santos. Para a análise do desenvolvimento histórico dos direitos humanos e sua perspectiva eurocêntrica, todos eles se baseiam em uma perspectiva histórica de longa duração, portanto, seu aporte teórico é Fernand Braudel, da Escola dos Anais francesa. Nesse sentido, recomendo fortemente a leitura dos dois primeiros capítulos da obra de Balibar e Wallerstein, Race, Nation, Class. São eles: Is there a "Neo-Racismo?"' e "The Ideological TEnsions of Capitalism: Universalism versus Racism and Sexism". Eles irão subsidiar nossos estudos e nossas considerações acerca do movimento negro organizado, como movimento político de emancipação que surge no século XIX a partir da luta abolicionista. Também preparei uma apresentação no Power Point, que poderá ajudar na identificação cronológica do discurso de "direitos humanos" por teóricos europeus desde a conquista da América pelos espanhóis. Esta apresentação também utiliza dois capítulos do livro organizado por David Palumbo-Liu, Bruce Robbins e Nirvana TAnoukhi, Immanuel Wallerstein and the Problem of the World, que estão na Parte 4 da obra Ethics, Otherness, System. São eles The Legal System of International Human Rights, e Rationality and World-Systems Analysis: Fanon and the Impact of the Ethico-Historical. (Estes textos tenho em E-Book e não sei como compartilhar).
Lembrem-se que na segunda metade das aulas, analisaremos o livro O Genocídio do Negro Brasileiro: Processo de um Racismo Mascarado, de Abdias Nascimento. Para a próxima aula, gostaria que os alunos fizessem uma pequena introdução apresentando o autor que estudaremos. Depois disso, vamos analisar o Prefácio de Florestan Fernandes e do próprio Abdias.
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Continuaremos, nesta aula, nossa análise sobre as "armadilhas" embutidas no discurso de direitos humanos, sua perspectiva eurocêntrica e a produção da desigualdade estrutural no capitalismo. A partir dessa realidade secular, são organizados os movimentos sociais de combate a essa racionalidade. Pretendemos analisar seus limites, perspectivas e contradições a partir dos autores que orientam esta parte do curso.
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São slides baseados nos textos de Wallerstein, Balibar e, principalmente, de Boaventura Souza Santos. Caso tenham dúvidas ou observações a serem compartilhadas, relativas a esta apresentação, tragam para sala de aula.
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“Já dissemos que existem negrófobos. Aliás, não é o ódio ao negro que os motiva. Eles não têm a coragem de odiar, ou não a têm mais. O ódio não é dado, deve ser conquistado a cada instante, tem de ser elevado ao ser em conflito com complexos de culpa mais ou menos conscientes. O ódio pede para existir e aquele que odeia deve manifestar esse ódio através de atos, de um comportamento adequado; em certo sentido, deve tornar-se ódio. É por isso que os americanos substituíram a discriminação pelo linchamento” (FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008, p. 61. Tradução de Renato da Silveira).
Assim, constantemente, sentimos o ódio racial em terras tupiniquins, aqui a luta pelo reconhecimento de nossa humanidade tem quase quinhentos anos e a ausência de pessoas negras em posição de destaque coloca mais da metade da população brasileira a parte da vida social, política e econômica.
Essa situação leva a atitudes racistas, disfarçadas ou não, as pessoas negras que alcançam algum destaque são sempre vidraças. São usadas por essa lógica da exploração e da segregação. O racismo impregna a alma, dos opressores e dos oprimidos e situações de desigualdade vivenciadas cotidianamente não causam reações negativas, mas a presença de negros/negras em posição de poder faz aflorar o racismo, é como se tivesse alguma coisa fora da ordem e são usados como elogios ou ofensas, um exemplo corriqueiro nas escolas são os apelidos imputados às crianças negras com referência aos poucos personagens presentes nos programas de televisão. Afinal, “o racismo é uma ideologia enquanto prática social que normaliza, naturaliza a posição de negros e brancos numa sociedade” (Silvio Luiz de Almeida).
Trazer esse vídeo sobre “Estado, Direito e análise materialista do racismo” em que o jurista Silvio Luiz de Almeida trata a temática do ponto de vista da estrutura do capitalismo nos auxilia a pensar nos ataques à imagem de Marielle. Cutucam nossas feridas já naturalizadas pelo cotidiano e tentam fazer descer goela abaixo o lugar que destinaram a nós na sociedade.
“Todas as vezes em que um homem fizer triunfar a dignidade do espírito, todas as vezes em que um homem disser não a qualquer tentativa de opressão do seu semelhante, sinto-me solidário com seu ato”. (FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008, p. 187. Tradução de Renato da Silveira).
Publicado no JornalGGN: https://jornalggn.com.br/video/estado-direito-e-analise-materialista-do-racismo-
Aula ministrada pelo advogado e acadêmico Silvio Luiz de Almeida.
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Esta análise foi feita sobre duas obras:
DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. Capítulos 5/8
RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala. Capítulos: Mulher Negra: o outro do outro; O que é lugar de fala; Todo mundo tem lugar de fala.
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No encerramento do curso vamos assistir, na primeira parte da aula,a o filme "Era o Hotel Cambridge", sobre uma ocupação no centro de São Paulo. Nele observaremos as intersecções de vulnerabilidades: o migrante, o imigrante, o negro e a mulher em luta pela moradia (propriedade). Na segunda parte da aula, terminaremos a análise do livro de Abdias Nascimento, conversando sobre o movimento cultural representado pelo Teatro Experimental do Negro (liberdade e igualdade). Assim, analisaremos os movimentos contra-hegemônicos às instituições estatais mediadoras da igualdade, liberdade e propriedade, em uma sociedade estruturalmente desigual, opressora e excludente (nos termos apresentados na aula de Silvio Luiz de Almeida.