Programação
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A produção cafeeira é a atividade central da economia brasileira durante a Primeira República. A partir da discussão sobre a formação e expansão, portanto, do chamado "complexo cafeeiro", o objetivo desta seção é examinar quando e como se deu a difusão dos cafezais, a diversificação da agricultura e o surgimento dos primeiros setores industriais. Neste quadro, elementos sociais, como a emergência de novas classes sociais, e elementos políticos, como as características do Estado Oligárquico, são levados em conta no sentido de se compreender como a indústria surge de condições específicas criadas pelo desenvolvimento da economia cafeeira.
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O crescimento industrial constitui um dado importante das profundas transformações por que passou o Brasil no período de 1929 a 1945. Por mais divergentes que sejam as interpretações sobre o desempenho da economia brasileira no período, há um consenso de que o ano de 1930 é um marco fundamental na história econômica do país. A queda do preço internacional do café, precipitado pelos eventos internacionais de 1929, indicava para as crises de superprodução a que o setor cafeicultor estava sujeito em decorrência dos sucessivos planos de valorização do principal produto brasileiro de exportação. O fato é que a Grande Depressão dos anos 30 alterou profundamente a forma de inserção da cafeicultura na economia brasileira. Em resposta a essa conjuntura de crise, o governo federal criou o Conselho Nacional do Café, em 1931, e, em 1933, o Departamento Nacional do Café, cuja política de compra e destruição dos excedentes foi um elemento fundamental para a manutenção do nível de renda do setor cafeeiro e, por extensão, da economia brasileira. Assim, o ciclo de industrialização que se inicia com a recuperação econômica a partir de 1933 e se afiança pela aceleração do crescimento industrial até 1937 e, posteriormente, pelos efeitos protecionistas em virtude da Segunda Guerra Mundial, ocorre fundamentalmente devido ao processo. chamado pela bibliografia, de "substituição de importações".
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A partir da década de 1930, a industrialização brasileira se deu mediante o modelo de substituição de importações. Caracterizado pela ideia de "construção nacional", o processo de industrialização por substituição de importações visava alcançar o desenvolvimento e a autonomia, de modo a superar as restrições externas e a tendência à especialização na exportação de produtos primários, Ao longo desse processo, a indústria foi se diversificando e diminuiu-se as necessidades de importação em relação ao abastecimento doméstico. Na última quadra dos anos 1950, com a formulação e implementação do Plano de Metas durante o governo de Juscelino Kubitschek, o país experimentou o auge do desenvolvimentismo, dado que o processo de substituição de importações contemplado no Plano não se constituiu apenas em uma resposta ao estrangulamento externo, mas buscou promover a montagem de uma estrutura industrial integrada. Aliado a isso, há também quem diga que o Plano de Metas elevou o patamar histórico do Estado brasileiro no que respeita às práticas e políticas de planejamento econômico.
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