A disciplina tem por objetivo o estudo dos espaços livres públicos das cidades brasileiras enquanto territórios de sociabilidade e o estudo das relações entre as dimensões culturais e políticas desses espaços públicos e os aspectos paisagísticos da urbanização contemporânea brasileira.
O espaço público urbano assume inúmeras formas, medidas e escalas, abrigando, em sua conceituação, calçadas, ruas, praças, parques e lugares urbanos de dimensão cotidiana, regional ou metropolitana. Tais espaços devem seus atributos públicos ao fato de serem abertos e acessíveis a todos, de abrigarem a vida pública e, por isso, de exigirem, para o desempenho dessas funções, a copresença de indivíduos de todas as classes e segmentos sociais. Mas têm, também, a função específica de, em inter-relação com outros sistemas – de drenagem, de transportes, de proteção – tecer relações de conectividade e complementaridade com a preservação, a conservação e a requalificação ambientais, a circulação e a drenagem urbanas e as atividades de lazer nas várias escalas. Formas de apropriação indevida dos espaços livres públicos podem estar relacionadas tanto a problemas corriqueiros de projeto quanto, num nível mais profundo de entendimento, ao desaparecimento da noção de território comum, suprimida com a redução das formas mais profundas de sociabilidade, redução que vem marcando relações humanas contemporâneas. Espaços livres públicos são elementos singulares na formação da paisagem urbana e, como tais, exigem estudos e discussões que apontem para a valorização de seu significado cultural e de sua dimensão política. A disciplina tem como proposta central, não apenas a abordagem da gênese desses espaços como também, e especialmente, seu entendimento como instrumentos de acesso ou de ampliação dos direitos de todos ao uso das cidades.