Como ver e mostrar os materiais de campo? Em sintonia com a linha de pesquisa "Antropologia das formas expressivas", o curso pretende investigar os modos de fazer pesquisa através de diferentes grafias, entendidas, aqui, como modos de inscrição e expressão, em uma relação indissociável entre forma e conteúdo, narrativa e experiência, campo e teoria. O objetivo é explicitar, discutir e valorizar os processos criativos como valores heurísticos para o fazer antropológico, aproximando-o de outras áreas de conhecimento, como artes, literatura, arqueologia, design e afins. Fazer da pesquisa um "artesanato intelectual", um ateliê, possibilita testar caminhos, tatear por significados, compor possibilidades que abrem para outros modos de ver e narrar/descrever/escrever, em uma proposta conceitual e metodológica de tomar a experimentação e a imaginação como processos de conhecimento. Como, de fato, "experimentar o pensamento do outro", como propõe Eduardo Viveiros de Castro? Quais são os alcances e limites de uma abordagem que visa à apresentação e experimentação, ao invés da representação e explicação?