O curso é monográfico e com programa variável e é uma iniciação aos problemas fundamentais da teoria da literatura comparada e à análise comparativa de obras literárias. Tendo como ponto de partida a reflexão sobre a relação entre diversas tradições literárias, da literatura com outras artes e dos estudos literários com outras disciplinas, o curso apresenta algumas das principais correntes da literatura comparada. 


Nesta edição, a disciplina buscará pensar, por um lado, alguns gêneros discursivos menos estudados pela literatura comparada – como a carta, o diário, o segredo, o relato do sonho, a piada, a fofoca, a mentira, o exemplo, a fábula moral, o bilhete de suicídio, o manifesto, o relato apocalíptico, a psicografia, o trabalho acadêmico, a ocupação – e, por outro, algumas categorias estéticas menores – como o comum, o sentimental, o melodramático, o baixo, o fútil, o cafona, o marginal, o prosaico e a poesia menor. Parte-se da lição, apreendida através da proximidade com a literatura, da dificuldade de se determinar o sentido, a referência, o destinatário e o signatário na obra literária, para então sondar o funcionamento de cada um desses elementos em outros tipos de texto. Em alguns casos a reflexão terá como ponto de partida textos ficcionais que incorporam ou mimetizam esses outros gêneros, em encenações de seus procedimentos, formas, convenções e possibilidades. Além da análise da maneira como a indeterminação opera em diferentes gêneros textuais, ao longo do semestre a disciplina passará também pela questão da “lei dos gêneros” (discursivos, mas não só) e pela relação entre critérios de valor alternativos e modos de produção, circulação, comodificação e recepção, ou seja, pela pergunta sobre seus significados políticos.