Desde as suas origens, o romance como gênero parece indiscernível de sua própria crise. É entre profundos conflitos e cisões que ele surge e se desenvolve, e tais contradições nunca deixam de habitá-lo, marcando o gênero durante toda a sua história. Em constante embate com seus próprios pressupostos, em negociação contínua de seus limites e possibilidades, o romance nos faz indagar se a crise não será um de seus elementos essenciais. Paralelamente, é possível traçar ao longo dos séculos uma trajetória peculiar, uma sucessão de momentos em que a forma do romance entra em crise, sofrendo transformações extremas. Partindo da noção de crise, esta disciplina se propõe a abordar a obra de alguns dos romancistas que incorporaram e tematizaram essa questão, das controversas origens aos dilemas do presente.