De acordo com a divisão sexual do trabalho, característica do sistema capitalista, cabe à mãe a tarefa do cuidado infantil, mesmo quando a mulher está inserida no mundo laboral como trabalhadora, concorrendo ou responsabilizando-se totalmente pelo sustento familiar. Essa situação provoca a ocorrência de sofrimentos afetivo-emocionais, socialmente condicionados, sobre os quais cabe produzir conhecimentos que tanto fundamentem intervenções clínicas, em enquadres diferenciados, bem como forneçam subsídios para debates e iniciativas coletivas no âmbito dos movimentos sociais. Esse quadro justifica a proposição da presente disciplina que tem como objetivo introduzir o aluno a uma proposta de articulação entre a teoria winnicottiana do desenvolvimento emocional, que mapeia necessidades afetivo-emocionais da criança, com contribuições teóricas de Paulo Freire que, transcendendo o âmbito propriamente pedagógico, trazem compreensão sobre condições estruturais características da sociedade brasileira segundo um posicionamento ético-político comprometido com um humanismo radicalmente inclusivo