É comum ouvirmos os “termo modelagem de sistemas”, “modelagem de fenômenos” em muitas áreas da Ciência. Nessa Aula, estamos vendo modelagem Matemática aplicada ao cérebro, utilizando as técnicas de processamento de informação da computação. Mas afinal, o que significa tudo isso?


Em geral, modelagem consiste em criar meios de se interpretar um conjunto de informações, valorizando certos tipos de informações presente nele em relação a outras. Pensando na possível dificuldade presente na tentativa de explicar esses jargões, principalmente se não estamos familiarizados com as áreas de exatas, resolvi criar um material complementar com o objetivo de explicar isso por uma vez por todas! E como será feito isso, usando Matemática? Computação? Metáforas? Nada disso… iremos de chumbo grosso… iremos utilizar a Arte!


Imagine a seguinte situação, que estamos querendo o quadro da Monalisa. Para quem não conhece, o quadro é o seguinte:




Em geral, uma obra de arte é muito do que a estética utilizada. Ela é um produto feito por uma pessoa, um artista, que reflete a visão e sentimentos pessoais, incluso em um contexto próprio da vida, e até mesmo marcações de traços da época social em que viveu. A pintura, por exemplo, não nasce do nada por livre e espontânea criatividade - ela precisa de um intermediador, o artista e suas ferramentas, contando com todo o resto da bagagem.


Olhando para o caso do cérebro. Por motivos didáticos. E se entender por completo o quadro da Monalisa (se é que é possível) fosse tão difícil quanto entender o cérebro? Bem, uma alternativa presente é reconstruir o quadro sobre diferentes técnicas de representação, visualização, incorporação da realidade, com o objetivo de acompanhar a transformação da obra nessas interpretações - vendo que tipo de informação é valorizada em detrimento de outras.


Por exemplo, uma Monalisa cujo foco principal é o preenchimento das formas principais, me ajuda a identificar os diferentes níveis de relevo no desenho:




Já uma Monalisa que destaca os contornos do rosto, me ajuda a entender como é a silhueta da pessoa representada:




O que está acontecendo aqui é que, para entendermos o quadro original, estamos valorizamos certos aspectos e informações presentes, incluindo uma bagagem prévia por cima, e obtivemos um resultado final único que valoriza aspectos específicos.Isso, numa representatividade artística minha, é o que podemos chamar de modelagem de sistemas. Basicamente, ao invés de lidarmos com uma Monalisa completa e complexa, estamos explorando as diversas formas que temos de interpretá-la.


Voltando para a aula de hoje, o mesmo acontece em um contexto muito mais objetivo em relação a uma pintura, que é o cérebro. Ao invés de estudarmos neurônios por neurônios com todas as suas complexidades, valorizamos, por exemplo, a propriedade de impulsos elétricos deles, e utilizamos bagagem matemática para acompanhar como esses impulsos transmitem informações ao longo do cérebro.


Mas afinal, a única coisa que é importe é... vocês agora conseguem entender o que significa modelar um sistema para alguma utilidade? Ficarei muito feliz em saber que a resposta foi "sim". :)

Última modificación: lunes, 24 de septiembre de 2018, 02:09