Programação

  • 11/09

    • 1. O texto se divide em quatro parágrafos gramaticais. Descreva sumariamente o que Wittgenstein faz em cada um deles.

      2. Localize as partes do texto citado no primeiro parágrafo em que Agostinho estaria dizendo que (i) "as palavras da linguagem designam objetos"; (ii) "sentenças são ligações dessas designações".

      3. Imagine que a primeira sentença do segundo parágrafo fosse escrita do seguinte modo: "Estas palavras expressam a concepção agostiniana da essência da linguagem humana". Que diferença existe em relação à formulação do texto?

      4. Considere a seguinte afirmação:

      • "Esta concepção da linguagem de Agostinho tem como consequência lógica duas teses: (i)Toda palavra tem um significado; (ii) O significado está vinculado à palavra. Ele é o objeto no lugar do qual a palavra está."

      Quais diferenças você vê entre ela e o que é dito no texto de Wittgenstein? O que Wittgenstein diz é mais específico, ou mais genérico? Especifique com cuidado todas as diferenças que notar.

      5. Imagine duas palavras que designem dois tipos de propriedades e outras duas palavras que designem dois tipos diferentes de ação. Imagine de que modo Agostinho poderia descrever o aprendizado dessas quatro palavras. Escreva um pequeno texto fazendo essa descrição, procurando ajustar-se à "imagem agostiniana" do aprendizado de uma língua.

      6. Cite seis palavras que não sejam nem nomes de objetos palpáveis, como "mesa" e "pão, nem nomes de pessoas, nem nomes de propriedades, nem nomes de ação. Wittgenstein usa uma expressão idiomática que, em português, equivaleria a dizer que "depois a gente dá um jeito", "depois a gente vê o que fazer com elas", "elas vão acabar se encaixando de um modo ou de outro". Uma dessas palavras é a palavra "não" (ache outras seis!). Cite uma passagem do texto de Agostinho a partir da qual você acha que poderia ser desenvolvida uma estratégia para "dar um jeito" na explicação do uso da palavra "não", fazendo com que essa palavra "se encaixe" no tipo de descrição que se faz, ali, do aprendizado de uma linguagem. Descreva como se daria essa explicação.

      7. Considere as três palavras usadas no bilhete e as classifique segundo a maior ou menor centralidade que teriam no contexto da explicação agostiniana. (Compare essas três palavras com aquilo que você disse ao responder a quinta e a sexta questões.)

      8. O lojista poderia usar tabelas tanto para procurar frutas quanto para procurar cores? Imagine COMO isso poderia ser feito. Escreva uma pequena descrição de como funcionaria o atendimento nesse caso. Imagine agora que os números estivessem associados a GAVETAS, como as frutas, ao passo que, as cores, o logista as "sabe de cor". Escreva uma pequena descrição de como funcionaria a loja nesse caso.

      9. Wittgenstein diz que é dessas maneiras e de maneiras semelhantes que nós "operamos" com palavras. Das três palavras do bilhete, o verbo "operar" está normalmente associado a palavras como "cinco", ou seja, números. Descreva duas operações com números: uma que envolva apenas números e operações numéricas e outra que envolva a aplicação de números e operações a nossas atividades cotidianas. Em que sentido Wittgenstein diz que o lojista "opera" com as palavras "maçã" e "vermelha"?

      10. No exemplo, Wittgenstein imagina que o lojista não saiba de cor os nomes de número e tenha que consultar uma tabela. Mas isto pressupõe que ele saiba de cor onde está a tabela e como usá-la. Suponha que ele não soubesse, e que tivesse que recorrer a duas outras tabelas: uma para levá-lo até os diferentes compartimentos da loja (seção das gavetas de frutas, seção dos sacos de cereais, seção das tabelas de cor, etc.), e outra para ensiná-lo a usar a tabela de cores. Como seria uma tabela que ensina a usar diferentes tabelas de cor? Imagine e descreva.


    • 1. O texto se divide em quatro parágrafos gramaticais. Descreva sumariamente o que Wittgenstein faz em cada um deles.

      2. Localize as partes do texto citado no primeiro parágrafo em que Agostinho estaria dizendo que (i) "as palavras da linguagem designam objetos"; (ii) "sentenças são ligações dessas designações".

      3. Imagine que a primeira sentença do segundo parágrafo fosse escrita do seguinte modo: "Estas palavras expressam a concepção agostiniana da essência da linguagem humana". Que diferença existe em relação à formulação do texto?

      4. Considere a seguinte afirmação:

      • "Esta concepção da linguagem de Agostinho tem como consequência lógica duas teses: (i)Toda palavra tem um significado; (ii) O significado está vinculado à palavra. Ele é o objeto no lugar do qual a palavra está."

      Quais diferenças você vê entre ela e o que é dito no texto de Wittgenstein? O que Wittgenstein diz é mais específico, ou mais genérico? Especifique com cuidado todas as diferenças que notar.

      5. Imagine duas palavras que designem dois tipos de propriedades e outras duas palavras que designem dois tipos diferentes de ação. Imagine de que modo Agostinho poderia descrever o aprendizado dessas quatro palavras. Escreva um pequeno texto fazendo essa descrição, procurando ajustar-se à "imagem agostiniana" do aprendizado de uma língua.

      6. Cite seis palavras que não sejam nem nomes de objetos palpáveis, como "mesa" e "pão, nem nomes de pessoas, nem nomes de propriedades, nem nomes de ação. Wittgenstein usa uma expressão idiomática que, em português, equivaleria a dizer que "depois a gente dá um jeito", "depois a gente vê o que fazer com elas", "elas vão acabar se encaixando de um modo ou de outro". Uma dessas palavras é a palavra "não" (ache outras seis!). Cite uma passagem do texto de Agostinho a partir da qual você acha que poderia ser desenvolvida uma estratégia para "dar um jeito" na explicação do uso da palavra "não", fazendo com que essa palavra "se encaixe" no tipo de descrição que se faz, ali, do aprendizado de uma linguagem. Descreva como se daria essa explicação.

      7. Considere as três palavras usadas no bilhete e as classifique segundo a maior ou menor centralidade que teriam no contexto da explicação agostiniana. (Compare essas três palavras com aquilo que você disse ao responder a quinta e a sexta questões.)

      8. O lojista poderia usar tabelas tanto para procurar frutas quanto para procurar cores? Imagine COMO isso poderia ser feito. Escreva uma pequena descrição de como funcionaria o atendimento nesse caso. Imagine agora que os números estivessem associados a GAVETAS, como as frutas, ao passo que, as cores, o logista as "sabe de cor". Escreva uma pequena descrição de como funcionaria a loja nesse caso.

      9. Wittgenstein diz que é dessas maneiras e de maneiras semelhantes que nós "operamos" com palavras. Das três palavras do bilhete, o verbo "operar" está normalmente associado a palavras como "cinco", ou seja, números. Descreva duas operações com números: uma que envolva apenas números e operações numéricas e outra que envolva a aplicação de números e operações a nossas atividades cotidianas. Em que sentido Wittgenstein diz que o lojista "opera" com as palavras "maçã" e "vermelha"?

      10. No exemplo, Wittgenstein imagina que o lojista não saiba de cor os nomes de número e tenha que consultar uma tabela. Mas isto pressupõe que ele saiba de cor onde está a tabela e como usá-la. Suponha que ele não soubesse, e que tivesse que recorrer a duas outras tabelas: uma para levá-lo até os diferentes compartimentos da loja (seção das gavetas de frutas, seção dos sacos de cereais, seção das tabelas de cor, etc.), e outra para ensiná-lo a usar a tabela de cores. Como seria uma tabela que ensina a usar diferentes tabelas de cor? Imagine e descreva.


    • Todas as aulas terão um Fórum de discussão que permite a interação entre os alunos. Ocasionalmente, o professor irá intervir no fórum para resolver uma dúvida, responder a uma questão, aprofundá-la, etc.
  • §§2-3

    • 1. Localize no §1 o "conceito filosófico de significado" a que Wittgenstein está se referindo no início do §2.

      2. No §2, Wittgenstein fala numa "representação primitiva do modo como a linguagem funciona" e uma "linguagem mais primitiva que a nossa". Imagine uma palavra ou expressão que signifique o exato oposto da palavra "primitiva" tal como está usada nesse contexto. Com base nisso, imagine uma palavra que poderia ser usada no lugar de "primitiva" nesse contexto.

      3. A linguagem do §1 é bem mais limitada que a nossa. Em comparação com a linguagem do §2, porém, ela é bastante sofisticada. Justifique essa afirmação. Faça uma descrição estrutural das duas linguagens (tipos de palavras e construções possíveis). Que elementos você encontra na linguagem do §1 que não estão presentes na do §2?

       4. Wittgenstein nos pede que imaginemos essa linguagem "primitiva" (mais primitiva que a do §1 e muito mais primitiva que a nossa) como uma linguagem completa. O que quer dizer isso? Essas pessoas não falam outras coisas em outras situações? É possível imaginar que a linguagem do §2 seja uma linguagem completa? (Esta é uma questão aberta. Tente dar a resposta que lhe parecer mais adequada.)

       5. Suponha que as pessoas dessa tribo só usem essas palavras. As pessoas plantam, jogam, brincam, se divertem, se emocionam, mas só usam a linguagem (a única linguagem que eles conhecem) quando estão construindo casas. É possível imaginar como essa linguagem foi ensinada às crianças? Tente imaginar. Construtores e ajudantes receberiam o mesmo treinamento?

      6. Há alguma coisa que os habitantes da tribo do §1 ou a tribo do §2 chamem de "jogar"? "Construir"?, "Tabela"? "Gaveta"? "Linguagem"? Tente responder à seguinte questão: eles têm o conceito de "linguagem"? Quando você tentou responder a essa questão, que critério você utilizou para afirmar que uma linguagem (ou uma tribo) possui um conceito qualquer?

       7. Que evidência Wittgenstein tem para afirmar que nem tudo que chamamos de linguagem é o sistema de comunicação descrito por Agostinho? É apresentada alguma evidência empírica para esse tipo de afirmação? Foram feitas, por exemplo pesquisas de campo para confirmar isso? Essa afirmação depende logicamente de algum tipo de experiência para ser aceita como verdade? (Cf.: "Nem todas as línguas conhecidas possuem sistemas numéricos semelhantes ao nosso." Isto pode ser estabelecido a priori?) (Reflita sobre o nome da disciplina. Perceba que você está lendo um livro de lógica.)

       8. É correto afirmar que no jogo do §2 toda palavra designa objetos? E no jogo do §1? É correto afirmar que no jogo do §1 sentenças são concatenações de designações? E no jogo do §2?

       9. Explicite a analogia feita entre a descrição dos jogos (em geral) como a movimentação de peças sobre um tabuleiro com a imagem que o texto de Agostinho nos transmite a respeito do funcionamento da linguagem.

       10. É correto dizer que o o jogo de xadrez consiste na movimentação de peças sobre um tabuleiro? Em que situações esta SERIA uma explicação adequada? (Não pense que sabe responder para deixar a questão de lado. Tente respondê-la de fato.) O que seria uma explicação completamente adequada do jogo de xadrez? A explicação dada nos manuais de xadrez são adequadas? Igualmente adequadas? Imagine que você visite uma tribo na qual algumas pessoas já ouviram falar no jogo de xadrez. Logo após o jantar, durante uma conversa informal, um nativo lhe pergunta o que vem a ser o jogo de xadrez. O que seria uma resposta adequada? Se você passar dezoito horas dando explicações detalhadas, terá dado uma resposta mais adequada do que alguém que passassem apenas sete horas falando sem parar? "No jogo do §2, as palavras designam objetos." Em determinadas ocasiões, esta explicação seria insuficiente? Suponha que você é um antropólogo e está defendendo sua tese de doutorado sobre essa tribo. Suponha que você é um antropólogo, e está simplesmente ressaltar uma diferença que lhe parece central entre a linguagem do §2 e a linguagem do § 1.


  • Análise dos §§4-6

    • §§4-6

      1.       Faça o exercício proposto por Wittgenstein no início do §4. Transcreva uma sentença para o sistema de escrita inventado por você, incluindo ao menos uma marcação de ênfase.

      2.       Se alguém dissesse que nessa escrita "letras são nomes de sons", essa pessoa estaria cometendo uma simplificação análoga à da "imagem agostiniana". Explicite a analogia de Wittgenstein.

      3.       De que maneira você acha que o "conceito geral de significado" associado à imagem agostiniana envolve o funcionamento da palavra "5" numa névoa? De que maneira a consideração de situações muito simplificadas, como a do jogo do §1, ajuda a "dispersar" essa névoa?

      4.       Tente dar um exemplo de usos muito simplificados da linguagem que são utilizados quando estamos ensinando uma criança a falar. Por que é mais adequado chamar este tipo de ensino de "adestramento", e não de "explicação"?

      5.       Comente a diferença existente entre estas duas afirmações: (i) O gesto de apontar para coisas é bastante utilizado por seres humanos quando estão ensinando as crianças a falar. (ii) Se não pudéssemos apontar para coisas, seria impossível ensinar uma criança a falar.

      6.       É possível imaginar que, na tribo do §2, as crianças fossem simplesmente criadas perto da construção e que, a partir de um determinado momento, fossem capazes de desempenhar o papel de pedreiro sem receber nenhum tipo de treinamento? E o papel de mestre de obras? Justifique.

      7.       Uma pessoa que não tivesse a capacidade de imaginar objetos seria capaz de aprender a linguagem do §2? Justifique.

      8.       Imagine um uso da nossa linguagem em que o objetivo das palavras seja, de fato, evocar imagens mentais. Descreva esse uso e dê exemplos.

      9.       Uma criança, após ser submetida ao treinamento para a linguagem do §2, imagina um tijolo toda vez que ouve a palavra "tijolo", mas não é capaz de entender que deve trazer um tijolo ao construtor. Outra criança traz o tijolo assim que ouve a palavra, mas não imagina coisa nenhuma. Podemos dizer que o aprendizado da primeira criança está incompleto? O da segunda está completo?

      10.   Explique a metáfora do freio usada por Wittgenstein no final do §6. (Pense numa bicicleta antiga, na qual o manete do freio (ou "alavanca") está ligado a uma sapata de borracha por um fio de aço.)

       


  • §§7-9

    • Questões §§7-9

      1.       Uma das técnicas usadas com frequência por Wittgenstein é a criação de gradações para evidenciar, entre outras coisas, a ausência de limites rígidos entre dois conceitos ou situações. Compare, por exemplo, a linguagem do §1, a linguagem do §2 e os usos da linguagem materna a que Agostinho faz referência na citação que abre o livro. Compare, na linguagem do §1, os usos das palavras "cinco", "vermelhas" e "maçã" no que diz respeito à ideia de que palavras designam objetos. Descreva, finalmente, a gradação criada no §7(a).

      2.       Wittgenstein nos pede que comparemos a "linguagem" do §2 a dois "processos semelhantes a uma linguagem" descritos no §7(a). Comente a relação entre esses dois conceitos, tendo em vista a resposta que você deu à pergunta (1).

      3.       Em §7(b), Wittgenstein nos pede que olhemos para o "processo de usar palavras" do §2 de um outro modo. Com que finalidade ele faz isso?

      4.       "Jogo de linguagem" é um conceito criado por Wittgenstein e que será usado ao longo de todo o livro. De que modo esse conceito é introduzido? Por meio de uma definição?

      5.       Cirandas são jogos de linguagem. É preciso que a letra da ciranda faça sentido para que ela seja um jogo de linguagem? A partir de que momento um jogo de roda deixa de ser um jogo de linguagem?

      6.       O jogo do §8 é apresentado como uma expansão do jogo do §2. Descreva brevemente a sintaxe dessa linguagem primitiva discriminando: (i) os diferentes tipos de palavras que ela contém; (ii) as duas estruturas sentenciais que ela admite.

      7.       É possível ensinar números ostensivamente? Sim ou não? Como Wittgenstein responde a esta pergunta?

      8.       Wittgenstein pede ao leitor que "imagine" de que modo as palavras "ali" e "isto" poderiam ser ensinadas ostensivamente. Faça isso.


  • §23

    • Questões §§23

      1.       Imagine que o jogo nº 2 seja TODA a linguagem de um certo povo. Quantos tipos de sentenças existem nessa linguagem? E no jogo nº 8? (Imagine duas maneiras de responder a esta última questão.) As coisas que você chama de "sentenças" no jogo nº 2 poderiam ser chamadas de "palavras"? (Esta é uma pergunta sobre a linguagem do jogo nº 2 ou sobre a nossa linguagem?)

      2.       Considere a seguinte sentença: "Há um número incontável de tons de branco visíveis na parede desta sala." Estou querendo dizer apenas que há muitíssimos?

      3.       De exemplos de três jogos de linguagem que se tornaram obsoletos nos últimos séculos e de três que surgiram nas últimas décadas. Quando uma nova forma de cumprimentar as pessoas é introduzida, cria-se um novo jogo de linguagem ou modifica-se um jogo já existente? Faça uma lista evidenciando que as formas de cumprimentar as pessoas são incontáveis.

      4.       Por que Wittgenstein grifou a expressão "imagem aproximada"? Por que as mudanças ocorridas na matemática não nos dão uma "imagem fiel" do modo como jogos de linguagem surgem e desaparecem ao longo da história?

      5.       Darei cinco exemplos de uso da expressão "forma de vida". Reflita sobre eles e tente dar conta da abrangência desse conceito. (i) Os leões têm uma forma de vida, nós temos outra. (ii) Os babilônios tinham uma forma de vida, os egípcios tinham outra. (iii) Os monges beneditinos têm uma forma de vida, os franciscanos têm outra. (iv) Quem vai para a cadeia tem que aprender uma nova forma de vida. (v) O jogo nº 2 deve ser imaginado como parte de uma forma de vida muito diferente da nossa (mas não tão diferente quanto a de um leão).

      6.       A primeira linha da lista de jogos de linguagem contém um, dois ou três itens? (Dar e obedecer ordens num quartel. Em tempos de paz. E de guerra. Quando se está ganhando a guerra. Quando se está perdendo.) (Reflita sobre o significado do travessão posto ao final de cada linha.)

      7.       Compare a segunda e a terceira linhas com a primeira. ("Dar ordens", "obedecer ordens" num sentido expandido.)

      8.       Compare a quarta linha com a segunda. (A mesma atividade descrita de dois pontos de vista)

      9.       Qual a diferença entre descrever um evento e especular sobre ele? Compare a especulação usual sobre um evento com a formulação e teste de hipóteses científicas.

      10.   Continue lendo a lista. Tente dar sentido a cada uma das linhas, comparando-a com linhas anteriores. De que maneira a última linha está vinculada ao uso da palavra "incontáveis" no início do §23?

       

       


  • §§65-67

    •  

      INTRODUÇÃO

      O Tractatus Logico-Philosophicus de Wittgenstein culmina na proposição 6, que exibe a forma geral de toda e qualquer proposição de toda e qualquer linguagem que eu seja capaz de entender. Toda e qualquer proposição ou é uma proposição elementar (isto é, um decalque isomórfico de uma concatenação imediata e meramente possível de objetos indescritíveis e necessariamente existentes), ou é uma função de verdade de proposições elementares. Não é possível explicar o que isto quer dizer numa única aula. Menos ainda num único parágrafo. É importante saber, porém, que a ambição do Tractatus era determinar a essência de toda e qualquer proposição — aquilo que todas as proposições têm em comum — e que essa essência era chamada, no Tractatus, de forma geral da proposição.

      1.       Releia o §7, onde Wittgenstein introduz a noção de "jogo de linguagem". Releia o §23, com sua lista dos "incontáveis" jogos de linguagem. À luz dessa releitura, e sem entrar no mérito do que eu disse na Introdução a este questionário ou de qualquer coisa que Wittgenstein tenha dito no Tractatus, faça uma paráfrase do segundo parágrafo gramatical do §65 das Investigações Filosóficas.

      2.       O §65 fala sobre jogos de linguagem.  Sobre o que fala o §66? Qual a razão dessa passagem da consideração da espécie à consideração do gênero? (Entender esta questão é parte do exercício. Não parta do pressuposto cômodo de que a questão está mal formulada.)

      3.       Enumere três jogos de tabuleiro que sejam marcadamente diferentes entre si e diga quais são as diferenças mais marcantes. Faça o mesmo com três jogos de cartas, três jogos de bola e três competições ("jogos") olímpicos. (Pense nas seguintes questões. Um problema de xadrez do tipo "mate em três" é um jogo de tabuleiro? Quem vence esse jogo? O que poderia significar "perder", neste contexto? Quando eu venço, alguém perde? Imagine uma situação em que pudéssemos responder afirmativamente a esta última questão!)

      4.       Quando Wittgenstein nos diz para não pensar ("Não pense, mas olhe!"), ele está nos pedindo para lermos agirmos de modo irracional ou irrefletido? Que tipo de pensamento devemos evitar que turve a nossa visão, neste caso? (Dica: o grifo no verbo "dever".)

      5.       No §66, fomos convidados a examinar inumeráveis jogos. Na verdade, fomos convidados a examinar as inumeráveis diferenças e semelhanças existentes entre esses jogos. No §23, tínhamos examinado as inumeráveis diferenças e semelhanças existentes entre o que Wittgenstein chamou de "jogos de linguagem". Esse TIPO de semelhança que encontramos tanto nos jogos de linguagem quanto nos jogos em geral são chamados por Wittgenstein de "semelhanças de família". De que modo o conceito de semelhança de família é introduzido nas Investigações Filosóficas? Por meio de uma definição? Por meio de uma essência comum a todas as semelhanças de família? O que as semelhanças de família têm de NECESSARIAMENTE semelhante entre si? (Tente elaborar um texto curto em torno da resposta a estas questões.)

      6.       Examine esta foto de família: encurtador.com.br/kmnxF  Que semelhanças existem entre as semelhanças entre essas pessoas e as semelhanças existentes entre os diversos jogos de tabuleiro? Que diferenças existem entre essas duas redes de semelhanças? Há alguma coisa de necessariamente idêntico nas diversas formas de identidade? Em que sentido a identidade envolve diferença e a diferença envolve identidade? (Não pense que a questão é externa ao texto que você leu! Ela está DIRETAMENTE vinculada a ele. Não se deixe enganar pela APARENTE facilidade de certas passagens!)

      7.       Discorra sobre a rede de semelhança existente entre as diversas coisas que chamamos de "números", tendo como pano de fundo a questão: "É possível que novos números sejam inventados?" (Inclua em seu raciocínio o seguinte sistema numérico: um, dois, três, quatro, cinco, muitos.)

      8.       Você provavelmente nunca examinou de perto uma corda feita de fibras vegetais. Examine ATENTAMENTE a figura encurtador.com.br/cdrUW e discorra sobre a metáfora da corda (§67b). (O seguinte vídeo será útil para compreender melhor o que Wittgenstein está dizendo: encurtador.com.br/hjoIS)

      9.       Comente a ironia de Wittgenstein em §67c.


  • 143-146

  • 147-150

  • 150-155

    • 150-155


      1. Se digo que sei resolver um determinado problema de física, alego ter uma certa habilidade, dominar uma técnica. O que eu alego se digo que entendi o enunciado desse problema? Que tipo de critério podemos usar para avaliar uma alegação como essa?

      2. Quando, diante do problema da continuação de uma série numérica, alguém pensa, pensa e finalmente diz “Já sei!”, podem acontecer diversas coisas. Wittgenstein lista quatro casos possíveis, organizados numa série. Descreva a organização dessa série de casos e diga de que modo elas procuram dissolver a ideia de que seja necessário que algo aconteça na mente (ou no inconsciente) de uma pessoa para que ela seja capaz de desenvolver séries numéricas.

      3. Vimos que, para alguém saber desenvolver uma série numérica, não é NECESSÁRIO que lhe venha à mente (ou ao caderno) o algoritmo algébrico dessa série. Seria, então, SUFICIENTE? Por quê? (Dê exemplos imaginários.)

      4. Suponha que uma nova droga está sendo testada. Após tomar a droga, todas as vezes que uma pessoa descobre subitamente a solução de um problema, um sapo lhe vem à cabeça. Todo o resto permanece igual. Algumas pessoas, diante da série 1, 5, 11, 19, 29..., quando descobrem a solução, imaginam, além do sapo, uma fórmula. Outras, além do sapo, pensam na série das diferenças. Outras, sentem uma certa tensão, mas finalmente evocam o sapo e dizem “Já sei!!!”. Outras, finalmente, vão escrevendo a continuação da série normalmente, sem pensar em outra coisa que não seja no sapo. Como você descreveria o papel do sapo no conhecimento da série numérica neste caso? (Não se contente em dizer que ele não desempenha papel nenhum! Agora, o sapo está associado ao desenvolvimento da série! Mas, como?)

      5. Procure num dicionário as raízes etimológicas da palavra “circunstância” (que são idênticas às da palavra inglesa “circumstance” e correspondem ponto a ponto às da palavra alemã “Umstand”). Comente o uso dessa palavra nos §§154-155. Faça um contraste entre a ideia de circunstâncias e as ideias de mente e de inconsciente na descrição da capacidade de continuar uma série numérica.





  • 243-250