Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Departamento de História

FLH0231 – HISTÓRIA MODERNA I

período: 2020/1º semestre
noturno (quartas-feiras) | vespertino (quintas-feiras)

turmas: 5 e 6


o «longo século xvi» e os fundamentos da modernidade

ementa: Fernand Braudel utilizou a expressão “longo século XVI” para designar o período que vai de 1450 até 1630-50 na Europa, onde uma conjuntura econômica específica “favoreceu o progresso da vida material e de tudo quanto dela se alimentava”. Como bom historiador de seu tempo, seu ponto de partida foram as altas no preço do trigo, mas com a sensibilidade que lhe é peculiar, termina por constatar que no desenvolvimento urbano e arquitetônico de cidades como Veneza, durante o quattrocento, poder-se-ia tomar um indicador ainda mais confiável do que a curva nos preços dos cereais. Por isso, embora o conceito tenha inspirado diversas análises econômicas — como as de Immanuel Wallerstein e Giovanni Arrighi — a ideia de uma longa conjuntura que desse conta de abarcar aquele contexto transborda também para o universo da cultura renascentista e barroca, da formação dos estados territoriais e, depois, dos impérios, bem como do contexto conturbado de um continente dividido entre disputas religiosas e dinásticas em plena expansão, choque e incorporação de novos mundos. É, a partir deste quadro geral, que se pretende compreender as singularidades dos processos e momentos decisivos que marcaram essa primeira fase da Era Moderna.