- Docente: Joao Paulo Amaral Schlittler
- Docente: Esther Imperio Hamburger
- Docente: Roberto Moreira
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- Docente: Roberto Moreira
- Docente: Joao Baptista Godoy de Souza
- Docente: Joao Paulo Amaral Schlittler
- Docente: Esther Imperio Hamburger
Este curso aborda a diversificação de repertórios e referências no audiovisual mundial a partir do final dos anos 1960 e 1970 e suas relações com a cultura contemporânea. Os experimentos e rupturas que caracterizaram o cinema dos anos 1960 se desenvolvem em múltiplas direções. As tensões entre a indústria cultural e a experimentação se renovam no cinema, na televisão e nas mídias digitais. A consolidação da televisão e mais recentemente do vídeo por demanda e das mídias digitais sugerem formatos seriados e fragmentados. Televisões públicas inglesa, alemã, sueca produziram formatos e séries relevantes. Na Inglaterra, o docudrama, o cinema experimental, a crítica feminista, renovaram os estudos e a realização cinematográfica. Na esteira da nouvelle vague, o cinema alemão comporta releituras do cinema industrial e reinterpretações da história. Na Suécia e na Polônia séries televisivas permitem densidade dramática em obras de cineastas como Ingmar Bergman ou Krzystof Kieslowski.
O cinema nasceu conectado à modernidade e à intensificação da circulação de pessoas e coisas. O pensamento e a vida ocidental valorizam a imaginação humana, sua potencialidade de transformar a natureza, de vencer as distâncias no tempo e no espaço, na direção da liberdade, igualdade e fraternidade, os lemas inaugurados pela Revolução Francesa e que embora não plenamente realizados, nortearam diversas formas de organização e ideologias. Ideais de modernidade contagiaram diversas formações no planeta, se atualizando de maneiras muito diferentes em diferentes locais. O cinema realiza a utopia da transposição de tempos e distâncias. A televisão permite a emissão ao vivo e desloca o auditório para o espaço doméstico. A televisão inicialmente se concentrou em públicos nacionais. As redes digitais extrapolam as nacionalidades, embora favoreçam bolhas, muitas vezes locais.
A vocação transnacional do cinema se intensifica nos anos 1980 em sintonia com a voga multicultural que favorece cinemas de fora da Europa e dos Estados Unidos. O curso lida de maneira pontual com esse panorama amplo de diversificação de meios, linguagens, proveniências, línguas.
Em tempos em que o cinema é reconhecido como matéria de reflexão filosófica e das ciências humanas, se intensificam conexões com outras artes, ao mesmo tempo em que se multiplicam os formatos de tela, as plataformas de distribuição e exibição. Como o legado do cinema alimenta, ou não, as novas formas audiovisuais? O corpus fílmico será variado, incluindo obras contemporâneas e referências históricas caras ao cinema, à televisão, e às mídias digitais, que condensam convenções forjadas na interação entre diversas cinematografias.
Esse ano o curso se estruturará em torno da pesquisa em grupo sobre repertórios específicos escolhidos pelos alunos e desenvolvidos ao longo do semestre priorizando a história da TV e suas relações com o cinema em diversas partes do mundo, de maneira a construirmos um painel comparativo. Casos sugeridos: Brasil, Inglaterra, França, Suécia, Polônia, Alemanha, Yugoslávia, Japão, China, Cuba, México, Colômbia, África do Sul; Moçambique; Congo; Nigéria; e Estados Unidos.
Essa pesquisa envolverá as seguintes etapas: 1. Levantamento bibliográfico e filmográfico; 2. Fichamento bibliografia; 3. Seleção justificada da filmografia a ser avaliada; 4. Redação de Cronologia comentada acompanhada de análise estilística do corpus selecionado; 5. Apresentação do trabalho.
- Docente: Esther Imperio Hamburger