EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS

O contato entre culturas produz efeitos também no vocabulário das línguas. No caso da língua portuguesa, podem-se apontar exemplos de palavras tomadas de línguas estrangeiras em tempos muito antigos. Esses empréstimos provieram de línguas célticas,
germânicas e árabes ao longo do processo de formação do  português na Península Ibérica. Posteriormente, o Renascimento e as navegações portuguesas permitiram empréstimos de línguas europeias modernas e de línguas africanas, americanas e
asiáticas.

Depois desses períodos, o português recebeu empréstimos principalmente da língua francesa. Atualmente, a maior fonte de empréstimos é o inglês norte-americano. Deve-se levar em conta que muitos empréstimos da língua portuguesa atual do Brasil não
ocorreram em Portugal e nas colônias africanas, onde a influência cultural e econômica dos Estados Unidos é menor.
As palavras de origem estrangeira normalmente passam por um processo de aportuguesamento fonológico e gráfico. Quando isso ocorre, muitas vezes deixamos de perceber que estamos usando um estrangeirismo. Pense em palavras como bife, futebol,
beque, abajur, xampu, tão freqüentes em nosso cotidiano que já as sentimos como portuguesas. Quando mantêm a grafia da língua de origem, as palavras devem ser escritas entre aspas (na imprensa, devem surgir em destaque - normalmente itálico: shopping center; show, stress).
Atente para o fato de que os empréstimos linguísticos só fazem sentido quando são necessários. É o que ocorre quando surgem novos produtos ou processos tecnológicos.
Ainda assim, esses empréstimos devem ser submetidos ao tratamento de conformação aos hábitos fonológicos e morfológicos da língua portuguesa. São condenáveis abusos
de estrangeirismos decorrentes de afetação de comportamento ou de subserviência cultural. A imprensa e a publicidade muitas vezes não resistem à tentação de utilizar a denominação estrangeira de forma apelativa, como em expressões do tipo os teens (por
adolescentes) ou high technology system (sistema de alta tecnologia). 
(texto retirado de Gramática da Língua Portuguesa - Pasquale & Ulisses)


Verifique o artigo de Pasquale no link abaixo
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft121007.htm


Os estrangeirismos, quando não aportuguesados, são escritos
de acordo com o seu idioma original. Quando aportuguesados, seguem a ortografia
atual.
Os vocábulos estrangeiros são escritos com algum destaque. Na
escrita manual, as aspas são utilizadas. Na escrita digital utiliza-se o itálico

Importamos palavras e expressões de inúmeras línguas, mas predominantemente do latim (latinismo), inglês (anglicismo) e francês (galicismo). 
 
Latinismo
É a expressão própria do latim. As palavras oriundas do latim
não são acentuadas graficamente. Quando aparecem com o acento gráfico é porque
já foram aportuguesadas. É preciso tomar cuidado com a escrita, pois o plural
se faz de forma diferente do que estamos acostumados no português:
curriculum (singular) – curricula (plural)
campus (singular) – campi (plural)
corpus (singular) – corpora (plural)
 
Observação: grosso modo é uma expressão latina e não foi
aportuguesada. Desta forma, não é regida pela preposição “a”. Falar ou escrever
a grosso modo é errado.







Última atualização: terça-feira, 1 set. 2020, 12:05