Existe uma grande variação da normalidade na anatomia radiológica de maneira geral, o que não é diferente para o tórax. 

Alguns aspectos que devem ser sempre observados são:

  • Dispositivos vários:

Sondas digestivas, cateteres venosos, fios e eletrodos de marcapasso, fios de monitorização, drenos, cânulas traqueais e outros. É sempre importante anotar a entrada (ex.: veia jugular interna), o trajeto e a projeção da extremidade distal (se possível).

  • Partes moles: 

Existem linhas e faixas determinadas por tecido adiposo, pela pele e pelos músculos, que são melhores vistos na região cérvico-torácica e nas regiões axilares. No entanto, essa visualização depende muito do biotipo e do estado nutricional do indivíduo. A análise é também importante para a identificação de possíveis áreas de enfisema subcutâneo e mesmo de lesões expansivas de partes moles (abaulamentos focais).

  • Arcabouço ósseo:

Enquanto a coluna é melhor estudada na incidência em perfil, os arcos costais, as clavículas e escápulas são mais facilmente identificadas nas incidências em PA ou AP. De todo modo, as duas incidências devem ser sempre entendidas como complementares, lembrando que alguns traços de fratura por exemplo podem ser vistos às vezes em apenas uma incidência. 

Variações da normalidade incluem pontes ósseas e calcificações condrocostais anteriores, essas últimas mais comumente vistas em pessoas idosas.

  • Campos pleuro-pulmonares:

A cavidade pleural é virtual e, portanto, não é identificada em um Rx normal. A presença de ar ou líquido no espaço pleural será motivo de discussão com casos específicos oportunamente. De todo modo, é muito importante a visualização dos vasos pulmonares, considerando seu calibre e trajeto, sendo possível identificá-los até cerca de 1-2 cm do limite da pleura, ajudando na definição da ausência de alterações pleurais.

No Rx normal as únicas imagens no campo pleuropulmonar que devemos identificar são os vasos. Caso existam áreas de redução ou de aumento da densidade radiológica tem-se a certeza de que não se trata de um exame normal - essas alterações também serão motivo de discussão específica.

  • Mediastino:

O mediastino deve esta sempre centrado e as suas linhas e limites devem ser reconhecidos. Devido à complexidade dessa anatomia recomendamos que procurem estudar em algum livro texto da bibliografia indicada. O tutorial simples no site dá uma amostra de algumas poucas linhas mediastinais. Quando ao índice cárdio-torácico, deveremos relembrar como obter e quais os valores normais quando discutirmos casos de insuficiência cardíaca. 

Na página seguinte estão disponibilizados vários exames normais e no site Chest-Ray existem cerca de 500 exames normais digitalizados para treinamento de reconhecimento de padrões da normalidade.

Última atualização: domingo, 4 jan. 2015, 22:48