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Este curso tem como objetivo discutir as possibilidades e os problemas criados pelo surgimento de novas tecnologias voltadas para a educação, mais especificamente, na disciplina de História. A partir de uma reflexão teórica inicial sobre a questão e a vivência na utilização de algumas ferramentas digitais, temos como meta que os estudantes possam vivenciar uma situação que eles enfrentarão na sua prática como pesquisador e/ou como professor, isto é, o desenvolvimento de pesquisa em ambientes digitais, a criação de uma sequência didática e a criação de objetos digitais, que poderão ser testados e validados por professores e pesquisadores que estão na ativa. O caminho proposto parte da pesquisa que está em desenvolvimento durante o meu pós-doutorado que tem como meta analisar ferramentas digitais gratuitas voltadas para o ensino e a pesquisa em História Medieval com o intuito de desenvolver um aplicativo que auxilie na formação de alunos de Iniciação Científica.
É muito comum ouvirmos falar sobre a crise na educação, que envolve uma série de problemas como professores desmotivados e mal remunerados, escolas que não oferecem infraestrutura mínima, alunos desinteressados, indisciplinados, que não aprendem os conteúdos mais elementares de matemática e que não conseguem entender um texto dissertativo complexo. Assim como muitos são os problemas apontados, muitas são as soluções sugeridas: metas e objetivos para escolas e professores em troca de bonificação salarial (gratificação de incentivo ao desempenho), período integral, ensino de habilidades socioemocionais etc. Diante dessas inúmeras panaceias, uma é habitualmente apresentada como de fácil implementação e resultados rápidos: a tecnologia. Por meio de uma linguagem conhecida pelos jovens e diversas ferramentas que automatizariam atividades monótonas do professor, como elaborar e corrigir exercícios, os estudantes se engajariam mais e teriam melhores resultados.
Atualmente, diversas ferramentas tecnológicas estão sendo criadas, propagandeadas e aplicadas em sala de aula. Aulas no formato STEAM já estão sendo implementadas em diversas escolas na rede particular com experiências também da rede pública. Nesse caminho, o governo tem aberto Fablabs fora dos muros da escola, espaços de ensino e aprendizado de habilidades tradicionalmente não escolares, como marcenaria, costura, modelagem e impressão 3D, eletrônica, robótica etc, gratuita e aberta para todos. Contudo, as pesquisas sobre os impactos dessas novas práticas ainda são incipientes.
Além disso, diante de todas essas iniciativas, com raras exceções, professores de História e especialistas nessa área de ensino se encontram ausentes. Como essas novas práticas e tecnologias afetam a pesquisa, o ensino e a aprendizagem de História? Quais as possibilidades que surgem nesse movimento? Como os profissionais de História podem contribuir com essa discussão? Dessa forma, a partir de uma base teórica e o conhecimento do que já vem sendo feito na área de currículo e políticas públicas, os estudantes serão convidados a refletir e a construir novas possibilidades de ensino e de aprendizagem que surgem na interlocução entre História e tecnologia.