A teoria crítica da sociedade, em particular, a primeira teoria crítica, tal como formulada por Max Horkheimer na década de 1930, ocupa um lugar central na discussão sociológica do século passado. Por um lado, os textos de Horkheimer desse período incorporam, de maneira crítica e inovadora, o legado da sociologia clássica alemã (de Dilthey e Tönnies a Simmel e Weber), o marxismo desenvolvido por Georg Lukács em História e Consciência de Classe , pautado pela crítica da reificação e também a linhagem da psicanálise. Na outra ponta, pode-se dizer que essa primeira formulação da teoria crítica, consagrada pelo epíteto "materialismo interdisciplinar" tornou-se uma referência indispensável não só para os autores da Escola de Frankfurt (de Benjamin e Adorno a Marcuse e Habermas), como para a tradição sociológica do próprio marxismo ocidental.  O curso pretende resgatar a especificidade da teoria sociológica estabelecida nesse momento particular, procurando estabelecer, na medida do possível, os parâmetros de sua leitura e interpretação dos clássicos, bem como sua recepção na discussão sociológica da segunda metade do século XX. O curso propõe uma leitura dos textos produzidos por Max Horkheimer, Theodor Adorno e Herbert Marcuse, resgatando, sempre que possível, suas fontes e seus interlocutores. Essa leitura pretende focalizar sobretudo os conceitos de teoria, crítica, materialismo interdisciplinar, marxismo, sociedade e capitalismo.