Neste curso discutimos inicialmente o conjunto de interpretações clássicas acerca da formação brasileira: Gilberto Freire (1933), Sergio Buarque de Holanda (1936) e Caio Prado Jr. (1942). A partir da exposição das três obras, centramos a análise no modelo elaborado por Caio Prado Júnior, que constitui ponto de inflexão em nossa historiografia econômica. Sua sedimentação, ainda na primeira metade do nosso século, implicou a consolidação de um entendimento daquela formação caracterizado pela ênfase no setor exportador. Atentamos para autores relacionados ao enfoque pradiano, como Celso Furtado e Fernando Novais. Por fim, procedemos uma análise das tentativas de reconciliação e superação do paradigma pradiano por meio da alternativa da acumulação endógena e o capital escravista mercantil.

Nessa segunda parte do curso destacaremos a questão da formação dos capitais que foi essencial desde o passado colonial até o século XX, o que nos leva a debruçar sobre a literatura específica deste tema. A partir de uma seleção de textos sobre moeda e crédito, pretendemos discutir a questão do financiamento em nosso passado, que muitas vezes foi pouco referido nos modelos clássicos. Vários momentos de transformação do crédito devem ser salientados, como as mudanças institucionais do meado do século XIX, a crise dos anos 1930 e a inflação no pós II Grande Guerra. Assim, realizaremos a discussão por períodos: até 1850, 1850-1930 e de 1930 até 1964.