INSTITITUTO DE FÍSICA DA USP
FGE0211 - Física III (turma Web)
1o semestre de 2013
Sistematização
dos 'chats' 09 e 10, de 24 e 25 de abril de 2013.
(04S.F)
Na quarta semana de conteúdo de física
(sexta semana de assunto de física do curso), logo
depois da primeira prova parcial, P1, focalizamos
Forças conservativas. Energia Potencial. Potencial
Elétrico.
Tomaram parte das conversas na semana vinte e sete alunos,
treze na quarta e quatorze na quinta. Mais uma vez,
uma aluna esteve durante quase todo o chat de quinta, mas
nada falou. Ficará mais uma vez sem presença.
Houve a primeira prova, que ainda não foi corrigida.
Vamos esperar que o feriado do Dia do Trabalho
tenha essa utilidade...
Da conversa desta semana, fiz os seguintes destaques:
gradiente
. Psor, eu ainda não entendi direito o
conceito de gradiente...
(Ricardo (Chicon))
energia potencial elétrica e
potencial elétrico
. "psor estou com duvida em relacionar energia
potencial eletrica com potencial eletrico"
(tiago (ogait))
. "o potencial é, teoricamente, o quanto
uma partícula pode influenciar as outras"
(CAUÃ)
. "energia potencial é sempre relativa ao sistema"
(CAUÃ)
. "ogait, a interac elétr pode ser expressa
em duas linggns a da força ou da energ potenc. certo?"
(jlmd (psor))
. "na linggm da força, a interação
é expressa como campo elétrico."
(jlmd (psor))
. "...na linggm da energ, a interação
é expressa como potencial elétrico".
(jlmd (psor))
. "força e energ potenc dizem da
interação entre dois corpos
carregados."
(jlmd (psor))
. "E campo e potencial elétrico dizem
respeito a uma só, é isso?"
(CAUÃ)
. "energia potencial é a energia devido
à configuracao espacial das cargas"
(NATHalia)
. "A energia potencial está a associada a
sistemas com múltiplos corpos e depende da
posição deles"
(anDRÉ)
. "Barb cuidado, porque se você tiver apenas
um corpo então não pode considerar a
energia potencial..."
(DIANA)
. "Penso que a energia potencial é
"consequência" do campo"
(renato ROCHA)
trabalho e energia
. "Tenho uma duvida.. a energia potencial é
"consequencia" do trabalho?"
(NATHalia)
. "mas psor, se a energia é a capacidade de
realizar trabalho, e o trabalho depende do
deslocamento, pq faz sentido falar em energia
potencial de corpos em repouso?"
(BARBara)
. "mas psor, uma vez que se tenha a força,
o sinal do trabalho nao vai depender do elemento de
caminho? por ex, + dz ou - dz"
(NATHalia)
. "nath, é claro q W vai depender se é
um trabalho motor (a favor da força) ou um trab
resistente (contra a força)"
(jlmd (psor))
Qual a verdadeira quantidade de movimento?
Momento linear p ou
Energia cinética Ec?
. "vocês vêem q há diferença entre
tempo e espaço. há gdezas q dependem do
acúmulo no tempo. já há gdezas q
dependem do acúmulo no deslocamento,"
(jlmd (psor))
. " exemplo acumular força no deslocamento
dá trabalho e acumular força no tempo
dá impulso."
(jlmd (psor)
Como saber se algo é físico?
. "Ah! Entendi. Mas o potencial é algo
físico?"
(CAUÃ)
. "qual é o critério pra algo
ser físico ou não?"
(ALEXandre)
. "nino, como não? mensurável
é físico, sim."
(jlmd (psor))
. "Nino, acho que no sentido de que não é
apenas um conceito matemático. é algo
mensurável, ou seja, uma característica
inerente ao corpo, ou ao sistema"
(SURYendrani)
física oral X física formulal?
. "uma relação de
transformação matemática de
dois eventos físicos ?"
(RERIano)
. "reri, cuidado c/ a linggm. ñ são dois
eventos físicos. são duas grandezas
físicas.
...o evento é um acontecimento
no espaço-tempo e tem coordenadas: (x, y, z, t)"
(jlmd (psor))
. "ok, male da física oral"
(RERIano)
. "reri, física oral contrapõe-se com
física formulal???"
(jlmd (psor))
. "Acho que o Reri quis dizer que nos habituamos
a falar "errado" (não sei se posso dizer,
vício de linguagem), e quando se escreve,
percebe-se erros conceituais."
(SURYendrani)
CUIDADO!!! É necessário
dizer algo com conteúdo.
. "Foi bom acompanhar as discussões
Obrigada! =)"
(Graziella)
. "boa noite"
(Raisa)
Vejamos:
A frase destacada fala em gradiente do potencial elétrico. Na verdade, a forma de unificar os descritores da interação é relacioná-los
F= -grad (U)
De fato, o gradiente é um operador vetorial que
transforma uma função escalar em uma vetorial,
onde o vetor no ponto indica a direção e
sentido do maior aumento da função e o
módulo é a derivada direcional desse maior
acréscimo. De alguma forma, tomar o gradiente de uma
função é operar uma
diferenciação vetorial de função
escalar.
A operação inversa da
"gradientação" é a "meia
circulação", isto é, a integral de
linha do gradiente, de um ponto (1) para um ponto (2):
A imagem geométrica dessa expressão é a de um hiper-plano da função U(r2 - r1). A força aponta na direção e sentido da maior diminuição da energia potencial. Mas podemos atribuir uma razão física nisso. A expressão acima vem da conservação da energia. Isso dá para ser desenvolvido a partir do Teorema Trabalho-Energia (TTE) em um sistema puramente elétrico. A resultante das forças é puramente elétrica e se pode escrever F = Q.E. Com isso, o TTE nos diz que, se deslocarmos a carga Q entre dois pontos, de 1 para 2, sendo as energias cinéticas em cada um destes pontos, respectivamente, Ec(1) e Ec(2),
Por outro lado, para a energia potencial elétrica do sistema elétrico, mantendo todas as cargas fixas, só permitindo que a carga Q se mova de 1 para 2, pela definição da energia potencial temos
Daí temos
Em outras palavras, em um sistema puramente elétrico, a energia mecânica se conserva (é uma constante do movimento).
Como muitos de vocês disseram, a energia potencial
é do sistema (em interação). Aqui
vamos percebendo que um dos conceitos mais importantes na
Física é a interação.
Interação entre dois sub-sistemas que, pela
3a lei de Newton, é mútua.
A interação pode ser expressa por força e
então teremos um par de forças
(ação e reação), cada uma agindo
em um dos sub-sistemas. Por outro lado, a mesma
interação pode ser expressa por energia
potencial, nesse caso teremos apenas uma energia potencial
(dependendo da posição dos dois sub-sistemas).
Aqui percebemos que a energia potencial é do sistema.
A interação implica mudança, troca de
quantidades entre os sub-sistemas. Por isso, importante na
descrição por energia são as
variações da energia potencial. Assim o valor
absoluto da energia potencial não tem significado, mas
as mudanças, resultado das trocas, é que
têm. Essa é a razão de usarmos uma
referência arbitrária para a energia potencial.
No entanto, iniciada qualquer análise, não
podemos mudar de referência, para não mudar
a energia do sistema somente pela vontade (ou descuido) do
analista.
Vejam, a interação é sempre entre duas
partes do sistema. Quando olhamos o sistema inteiro,
descrevemos a interação pela energia potencial.
Se olharmos para um dos subsistemas (e ficarmos na linguagem
da energia), ainda não temos interação,
mas uma possível ação a cargas que se
apresentarem. Por isso a imagem da aura. O campo
elétrico é a aura do sub-sistema carregado,
quando se utiliza a força para representar a
interação e o potencial elétrico é
a aura na linguagem da energia potencial.
Assim quando uma carga puntiforme q "sentindo" a aura
de algum sistema carregado, indicada pelo potencial
elétrico, V, no ponto onde q se encontra,
o sistema assume a energia potencial, U,
U = q.V
Não se pode dizer que a energia seja
consequência do trabalho. O que se deve dizer
é que trabalho e energia estão relacionados.
Uma relação universal é o Teorema
Trabalho-Energia (TTE), já citado.
Outra relação, para as forças
conservativas, é a definição de
energia potencial, como o oposto do trabalho da
força conservativa, desde uma posição
de referência arbitrária até a
posição onde se tem a energia potencial.
Exatamente por causa da definição, a energia
potencial é função da
posição: só da posição
de referência, que é arbitrária, e do
ponto onde se tem a energia potencial. Não depende
da velocidade e nem do deslocamento, pois uma das
propriedades do sistema conservativo é que no
sistema conservativo, o trabalho da força
conservativa independe da trajetória, só
depende das posições inicial e
final.
Ainda devo chamar atenção para o efeito do
trabalho da resultante que pode estar principalmente no
sentido do movimento (quando F˙dr>0),
aumentando sua energia cinética, e, ao
contrário, pode estar principalmente no sentido
oposto do movimento (F˙dr<0),
diminuindo sua energia cinética. No primeiro caso,
é chamado de trabalho motor e, no segundo,
de trabalho resistente.
Temos duas grandezas que medem quantidade de movimento.
Associamos a quantidade de movimento uma quantidade que
aumente com o aumento da velocidade, mas que seja
também ponderada pela massa, pois é de se
esperar que "a quantidade de matéria" ou
"a quantidade de inércia" influencie.
Pois bem, o efeito acumulado da força, ao longo do
deslocamento, isto é, o trabalho da força
é a variação da energia
cinética. Por outro lado, o efeito acumulado da
força, ao longo do tempo, isto é, o impulso
da força é a variação do
momento linear.
Estas duas grandezas são autênticas quantidades
de movimento.
Algo é físico quando focaliza, em algum aspecto, as interações envolvidas; quando envolve a forma do fenômeno; quando se preocupa com a duração dele. Por isso, ao dizer que a coisa é física se for mensurável, estamos contemplando a idéia.
Este destaque veio à tona no comentário
sem jeito do Reriano, mas com uma dose grande de
relevância.
Nos chats, estamos conversando a respeito da
física envolvida nas Notas de Aula. Essencialmente de
uma forma textual, em palavras, que é como
conseguimos nos expressar nesses chats. É o que
nos disse o Reriano: ok, male da física oral!
Talvez, para ser mais preciso, devêssemos dizer
male da física verbal, pois nossa
expressão não é falando com a boca,
mas escrevendo com palavras.
Estou preocupado, pois a Raisa não está mudando sua atitude. Talvez não tenha conseguido tornar-se ativa no chat, superando a procupação de acompanhar as discussões, compreendendo-as... Mas precisa reagir, pois não conseguirá ganhar presença nos chats.
JOSÉ LUCIANO MIRANDA DUARTE
29abr2013
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