MAIS DE 100 IDÉIAS DE ERGONOMIA POR MENOS DE R$ 700,00 (MUITAS DELAS DE CUSTO ZERO) Um dos maiores sucessos dos processos de Ergonomia nas empresas é o baixo custo de boa parte das soluções ergonômicas. Ainda que, ocasionalmente, haja alguma solução de alto custo, pelo menos metade das medidas de alto alcance e de bom conforto custa muito pouco, ou mesmo nada. A idéia para este artigo foi tirada do livro The Ergonomics Edge, escrito por Dan MacLeod, no qual o autor escreve uma tabela intitulada 50 Melhorias Ergonômicas de custo menor que U$ 200. Levando adiante aquela idéia e, também baseado em nossa própria experiência e em muitas resolvidas a baixo custo pelas empresas assistidas por nossa consultoria, apresentamos a seguir quase todas citadas por aquele autor e outras tantas. No escritório: 1. Suporte para documentos. 2. Apoio de ombro para telefone (ombreira). 3. Aparelho de headset para pessoas que precisam atender ao telefone e, concomitantemente, usar o teclado. 4. Apoio para o punho. 5. Luminárias com difusores de iluminação. 6. Abafador para impressoras matriciais. 7. Persianas para reduzir a claridade excessiva. 8. Serviço de marceneiro arredondando a borda de mesas e retirando gavetas que estejam comprometendo o espaço para as pernas. 9. Almofada ou tecido emborrachado em situações em que os cotovelos tenham que ficar apoiados sobre a mesa. Usuários de computador 1. Teclado IBM - que já traz incorporado um excelente apoio para os punhos, tornando a posição de uso do teclado muito melhor. 2. Suporte de madeira sob o monitor, melhorando o ângulo de visão e evitando posições incômodas para o pescoço. 3. Suporte tipo video-flex, de altura regulável, colocando o monitor de vídeo sobre o mesmo e liberando espaço para documentos. 4. Mudança de leiaute colocando os computadores de lado para a janela; 5. Liberação de espaço na mesa, para que se possa deslocar o monitor de vídeo um pouco mais para trás ou para frente; e também para que se possa deslocar um pouco o teclado. 6. Retirada das CPUs de cima da mesa, liberando mais espaço e proporcionando melhores condições de trabalho. 7. Padronização do tipo de teclado (se norteamericano ou ABNT). 8. Troca de terminal de vídeo que esteja apresentando tremores. 9. Troca de teclado ou mouse, quando os mesmos estiverem duros. Usuários de notebook 1. Caixa e baralho para colocar o notebook sobre ela, ligando um teclado externo e um mouse externo; essa caixa resolve um dos grandes problemas dos notebooks para pessoas altas, garantindo um melhor posicionamento da tela. 2. Mini-teclado externo. 3. Mini-mouse externo. Pessoal que trabalha sentado 1. Cadeira de boa qualidade ergonômica - nem sempre as mais caras são as melhores; as famosas cadeiras do gerente, altas e carregadas de status, costumam ser ruins de Ergonomia. 2. Apoio portátil para os pés para pessoas com estatura menor que 170 cm. Em áreas industriais 1. Suporte inclinado e elevado para apoiar caçambas e caixas - ele permite que a empilhadeira coloque as caçambas e que as mesmas fiquem numa posição de fácil acesso ao material. 2. Balancim para ferramentas. 3. Balancim para os braços do trabalhador. 4. Trilho, corrente, rolamento e gancho, eliminando o esforço de sustentação de peças pesadas. 5. Bancada de trabalho com tecido emborrachado nas bordas ou com borda arredondada. 6. Tapete anti-fadiga para aqueles que vão trabalhar predominantemente de pé. 7. Piso não escorregadio. 8. Sapatos ou botinas de segurança com palmilhas almofadadas. 9. Carrinhos para transporte de material. 10. Rodízios melhores em carrinhos e outros equipamentos de movimentação de cargas. 11. Apoio para as nádegas (banco de posição semi-sentada). 12. Sargentos, morsas e presilhas. 13. Roletes. 14. Suportes. 15. Ferramentas com cabo em forma de pistola para superfícies verticais e com cabo reto para superfícies horizontais. 16. Manoplas de ferramentas almofadadas e feitas de material não metálico (plástico ou madeira). 17. Pegas de ferramentas mais adequadas para as mãos. 18. Revestimento redutor de vibração no cabo de ferramentas manuais energizadas 19. Segunda manopla em determinadas ferramentas, facilitando sua pega e seu uso. 20. Barras anti-torque. 21. Iluminação adequada para a tarefa. 22. Algumas telhas translúcidas no teto do galpão, melhorando a iluminação. 23. Containers com manoplas para os punhos. 24. Alças ou correias nas caixas. 25. Colocação de biombo de alumínio polido entre uma fonte de calor radiante e o trabalhador. 26. Aumento da altura das mesas de trabalho e bancadas. 27. Estrados para pessoas mais baixas terem acesso aos níveis mais elevados. 28. Local fixo e definido para o posicionamento das ferramentas. 29. Rosca sem fim para permitir regulagem da altura do plano de trabalho (em atividades leves). 30. Aspirador de tambor, evitando que os mesmos tenham que ser tombados. 31. Estrados metálicos de 50 cm de altura para que as caixas, containers ou engradados sejam colocados sobre eles. 32. Caixas menores e mais leves para a colocação de componentes ou peças trabalhadas: no máximo 20 kg quando vão ser manuseadas por um só trabalhador e no máximo 30 kg quando o forem por dois trabalhadores. 33. Alongamento de eixos de bobinas de embalagem com mais de 20 kg, possibilitando que a colocação das mesmas seja feita por dois trabalhadores. 34. Aumenta do cabo de comandos quando for necessário fazer força. 35. Troca de tampas de canaletas feitas de concreto por tampas metálicas, com dobradiças e alças para elevação. 36. Troca da posição de botoeiras, aproximando-as do ponto de trabalho. Válvulas em instalações industriais 1. Mudança do posicionamento de válvulas- muitas vezes, elas estão apenas colocadas do lado errado. 2. Colocação de corrente em válvulas que estejam no alto, de forma a poderem ser acionadas do nível do piso. 3. Alongamento do eixo das válvulas, de forma que seu volante fique a 100 cm de altura (volante horizontal) ou a 135 cm no caso de volante vertical. 4. Chave especial alongadora para operar válvulas pequenas que estejam próximas do nível do piso. No Almoxarifado 1. Estrados metálicos de 50 cm de altura para posicionar caixas, engradados e outro material recém-recebido, possibilitando ao trabalhador realizar a inspeção em condições adequadas de conforto para a coluna. 2. Armazenar itens pesados na altura da cintura. 3. Armazenar itens leves nas estantes mais altas ou nas mais baixas. 4. Mudanças no leiaute. 5. Reduzir as dimensões das bancadas e prateleiras, de forma a não ter que se encurvar para colocar ou retirar peças. 6. Alinhasr a altura de prateleiras com a altura de carrinhos transportadores. 7. Superfícies inclináveis. 8. Mourões para apoiar tambores: colocar 4 em cada pallet com tambores cheios, de forma que os garfos da empilhadeira possam entrar no vão deixado pelos mourões e pegar os tambores com segurança (essa simples medida eliminará o esforço enorme que o pessoal tem que fazer para descer os tambores de cima do pallet). 9. Fazer faixa na parede a 1,40m de altura, indicando o limite máximo de armazenamento manual de peças em pallets, caixas ou sacaria, quando os mesmos são ali colocados ou retirados pelo esforço do trabalhador. Atividades de manutenção 1. Plataformas de 3 ou mais níveis dotadas de roletes numa das extremidades para permitir sua movimentação fácil; diferença de 20 cm entre os níveis da plataforma. 2. Carrinho para transporte de escadas (em unidades produtivas planas). 3. Carrinho para transporte de caixas de ferramentas. 4. Ferramentas de uso exclusivo em determinadas máquinas guardadas junto destas máquinas. 5. Destorqueadeira hidráulica. 6. Ferramentas energizadas (parafusadeiras) para as atividades de trocar bombas, motores e tubulações (apenas o destorqueamento inicial e o torqueamento final seriam feitos manualmente). 7. Tipo de graxa mais fluida, exigindo menor esforço de lubrificadores. 8. Transferência de válvulas solenóides e filtros, que se encontrem muito em cima, para uma altura correta, a 135-150 cm do piso, facilitando sua manutenção. 9. Escadas de alumínio. 10. Valetas de 1,80 m de altura para dar manutenção na parte inferior de veículos; acrescentar a essa idéia a plataforma de 3 níveis citada acima. Equipamentos de movimentação de materiais 1. Mudar o escapamento de lugar, evitando que o mesmo faça barulho junto da orelha do trabalhador e assim também eliminando a emissão de gases de escapamento junto da via respiratória do trabalhador. 2. Diminuir o peso de pedais de embreagem fazendo mudanças no posicionamento de cabos de pedais, aumentando o braço de potência de aplicação da força. Geral 1. Barras de guia para facilitar o trabalho. 2. Funis. 3. Melhoria da pega nos pesos. 4. Diversos tamanhos de luvas. 5. Melhoria de métodos. 6. Fazer tarefas que exigem maior exposição ao calor nas horas menos quentes do dia. 7. Boa higiene e limpeza (housekeeping). 8. Boa manutenção dos trilhos, balancins e KBKs. 9. Boa manutenção em geral dos equipamentos (é importante lembrar que muitos problemas ergonômicos com equipamentos, especialmente originando esforço excessivo, ocorrem quando a manutenção dos mesmos é deixada em segundo plano. 10. Reparos no piso. 11. Sinais e instruções fáceis de serem entendidos. Práticas das pessoas 1. Ginástica de aquecimento e alongamento ao início do turno de trabalho para aqueles que fazem atividade fisicamente pesada e para mecânicos. 2. Ginástica de distensionamento e alongamento para pessoal que trabalha de forma constante com computador e para aqueles que executam atividade em linhas de montagem mantendo o corpo em posição predominantemente estática. 3. Ginástica compensatória quando o trabalhador tem que permanecer por muito tempo em posição forçada do corpo. 4. Promover alternância em tarefas, especialmente quanto à posição de trabalho: nunca deixar que o trabalhador fique permanentemente de pé; alterná-lo com posição em que se trabalhe sentado e vice-versa. 5. Pausas de 10 minutos a cada hora para quem tem atividade constante de entrada de dados em computador; de 10 minutos a cada 2 horas nas demais atividades de posições fixas de trabalho, com pouca mobilidade do corpo, ou em tarefas de alta repetitividade; no caso de tarefas em ambientes de altas temperaturas, consultar os padrões do IBUTG (Índice de Bulbo Úmido-Termômetro de Globo). 6. Treinamento de levantamento e manuseio de cargas que oriente para os aspectos fundamentais do comportamento humano nessas situações de trabalho. Práticas de organização do trabalho 1. Estabelecer como padrão um período mínimo de 3 semanas para adaptação do corpo ao trabalho antes de utilizar totalmente o potencial de mão-de-obra do trabalhador recentemente admitido ou que tenha ficado ausente do trabalho por longos períodos. 2. Distribuir as tarefas ao longo do dia, diminuindo ao máximo as urgências e o acúmulo sobre algumas pessoas ou em alguns horários do dia. 3. Controlar o número de horas extras em tarefas repetitivas, de forma que não ultrapasse 2 horas por dia e não ultrapasse 2 vezes por semana. 4. Fazer rodízio nas tarefas, alternando as atividades segundo as exigências sobre os diversos segmentos corpóreos. 5. Balancear a ocupação dos trabalhadores em atividades repetitivas, de tal forma que a taxa de ocupação ou de engajamento do trabalhador em atividades em que haja dificuldade ergonômica nunca esteja acima de 85% ou de 80% - essa recomendação vale quando não existirem as pausas regulares citadas anteriormente. 6. Desenvolvimento de prática-padrão para operações críticas - esse procedimento permite identificar as principais situações ergonomicamente inadequadas e planejar a sua solução. 7. Estudar a movimentação de materiais e mudar o leiaute reduzindo as movimentações desnecessárias. Certamente a lista não terminará por aqui. Cada treinamento de Ergonomia ministrado para facilitadores e operadores gera uma verdadeira "ergomania", em que as pessoas buscam soluções capazes de tornar sua atividade mais produtiva e confortável, objetivo final das atividades de adaptação do trabalho às pessoas.