Margherita Sarfatti e o ambiente artístico sul americano

Arte e cultura italianas no Brasil, 1920-1950

  • 1924, visita Nave Itália, iniciativa difusão arte e cultura italiana no Brasil. Navio que trazia mostras, objetos de arte, percorre toda a costa da América do Sul. Há 3 relatos publicados sobre essa viagem. Laura Moure Cecchini (publicar pdf com artigo).
  • As 3 maiores comunidades italianas nas Américas: Nova York, Buenos Aires, São Paulo, em estatística da primeira metade do século XX.
  • 1926, primeira visita de Marinetti ao Brasil e à Argentina. Ao Brasil vem a convite de um empresário privado, mas é recebido pela diplomacia brasileira.
  • 1927, virada fascista da diplomacia italiana, ver a tese de doutorado de João Fábio Bertonha, em que cita momento em que a diplomacia é toda trocada. Sistematização da promoção da cultura e da arte italianas nas comunidades extraterritoriais das Américas: criação de sedes da Casa do Fascio e da Associação Dopolavoro.
  • Amedeo Sarfatti, filho mais novo de Margherita, está no Brasil para instalação de escritórios de um banco italiano em São Paulo e no Rio de Janeiro; tentativa de publicação em português de Dux com o editor do Fanfulla.
  • A partir de 1927, posição incômoda, tinha contato próximo com a diplomacia estrangeira na Itália, culta, influência literatura inglesa.
  • 1930, primeira viagem de Sarfatti à América do Sul, 21 de agosto a 23 de setembro, chega com um herói de guerra e vem como mãe de outro herói de guerra, o filho morto na Primeira Guerra.

o   Mostra do Novecento Italiano e conferências de divulgação de Storia della Pittura Moderna. Na imprensa brasileira são publicados trechos inteiros do livro; separação da imagem dela do fascismo; ela é entendida como crítica de arte, seu projeto era político mas aqui visto apenas do ponto de vista artístico.

o   Sarfatti e Marinetti entendem imediatamente como usar os meios de comunicação de massa para difundir as próprias ideias, mostras internacionais etc.

o   Na Argentina, Associação Amigos da Arte Moderna, como o SPAM, recebe a mostra do Novecento Italiano. Emílio Petorruti é o personagem que a recebe entre Buenos Aires, Rosário e Montevideo.

o   1930 é um momento de turbulência tanto na Argentina quanto no Brasil. No Brasil, ascensão de Vargas. Na Argentina, golpe de Estado.

  • Sarfatti desde então mantém correspondência com o presidente da Academia Brasileira de Letras, Aloísio de Castro, é seu amigo pessoal, a recebe quando se estabelece na América do Sul em 1939.
  • 1932-33, circulação revista Hierarquia (Rio de Janeiro), dirigida por Lourival Fontes, inspirada na italiana Gerarchia.
  • 1934: 6 meses de estadia nos EUA, dá conferências pela rádio feministas, conferência MoMA, promove Storia della Pittura Moderna, MoMA faz aquisição em lote obras italianas.
  • 1935, artigo Sarfatti sobre sua visita aos EUA, “Psicologia da mulher norte-americana”.
  • 1935, invasão da Etiópia: decepção do mundo ocidental com Mussolini.
  • 1936-37, organização da vinda da comitiva do senador e ideólogo fascista Luigi Federzoni para a América do Sul e participação da Itália na “Exposição do Cinquentenário da Imigração no Estado de São Paulo”.

 

“Exílio" de Sarfatti na América do Sul, 1939-1947

  • Deixa a Itália em outubro/38 pela fronteira com a Suíça; notícias dela em Paris, tenta visto para os EUA. O filho de Sarfatti trabalha em instituição financeira, vem para criar sucursais em São Paulo e no Rio. Depois ele vai para Montevidéu.
  • Em Buenos Aires, Margherita se hospeda na suíte mais cara de um hotel de luxo. À imprensa declara que não fará nenhuma declaração sobre a política italiana.
  • As biografias não falam do período na América do Sul e nem sobre a participação dela com Matarazzo.
  • Contribuição para jornais locais, de Montevidéu e de Buenos Aires, como crítica de arte.
  • Realização publicações sobre arte italiana da tradição, relação com Bernard Berenson, monografias sobre Giorgione e Ticiano, publicadas em Buenos Aires em 1944.
  • Documenta-se apenas uma vinda sua ao Brasil, em junho de 1946, sua entrada nas aquisições Matarazzo, realiza conferências no Brasil, noticiada pelos jornais, sem detalhes do local.
  • Milliet comenta Espejo de la pintura Actual

 

Sarfatti e o Brasil, anos 1950

  • 1947-49 continua a colaborar com a revista organizada por Jorge Romero Brest, artigos sobre arte revista Ver y Estimar.
  • Apresenta Brest a Berenson, tradução do livro Aesthetics Ana Bistrot in the arts
  • Indicativos de que ela e o genro Livio Gaetani mantiveram contatos com o Brasil para compra e venda de obras de arte, ver caso Di Cavalcanti em sua coleção.
  • Relação com Romero Brest e Sérgio Milliet. Panorama arte brasileira. Relação com revista Clima.

 

Ilustração Tomás Santa Rosa. Aquarela Enrico Sacchetti livro La donna tipo ter, Milão 1929 de Umberto Notari.

Foto biblioteca da Sarfatti na revista Ornamentação do Lar.

 

Exposições de arte italiana nas Américas, 1930-1939

  • 1930, “Mostra del Novecento Italiano”, org. por Sarfatti,  itinerância para Buenos Aires, Rosário e  Montevidéu.
  • 1937, pavilhão italiano na “Exposição do Cinquentenário da Imigração no Estado de São Paulo”, São Paulo
  • 1939, pavilhão italiano na “Feira Mundial” de NY
  • 1940, exposição de arte italiana do renascimento no MoMA-NY, exposição vinda da feira mundial de San Francisco
  • 1946, exposição de pintura antiga Bardi
  • 1947, exposição pintura moderna Bardi, fala do neoclassicismo moderno que deriva de Cezanne. Pedrosa escreveu 2 resenhas críticas sobre a exposição.
  • “Artistas italianos de hoy”, Galeria Peuser, coleção de Vittorio Barbaroux
  • 1949, “Twentieth Century Italian Art”, MoMA, NY

Relação Matarazzo Bardi: disputa a partir da bienal de 1951.

Por que Matarazzo comprou obras na Itália e não aqui?

Última atualização: segunda-feira, 3 jun. 2019, 19:40