“História da crítica de arte” de Venturi, tradução em espanhol, publicação na Argentina.
1ª edição 1936 em inglês. 1945/48 versão em italiano ampliada.

Entre 1946-52, série de exposições de arte moderna italiana na América do Sul, nem todas passam pelo Brasil. As primeiras são de Bardi, coleção Barbaroux na Argentina.

Crítica: quem são os interlocutores? No MoMA, mostra Twentieth Century Italian Art, realizada por Barr e Soby. Não são aceitos pelos italianos. Na América do Sul são os próprios italianos que organizam as exposições.

Para aquela produção, Bardi usa o termo “neoclassicismo de vanguarda”. Diplomacia, chave do Novecento italiano.

- Jorge Romero Brest, Maria Cristina Rossi

 

Há uma mudança de chave na Argentina, zona de influência de Marguerita Sarfatti nos anos 30 e 40 e, para os anos 1950, de Venturi. Essa mudança de chave também acontecerá no Brasil posteriormente.

Sarfatti, “Espejo de la pintura actual” (1947) é retomada da “Storia della pittura moderna” (1930) e adiciona a arte americana, Joaquín Torres García, conceito análise/síntese, pintura latina/nórdica, lê tudo na  chave Novecento Italiano.

1947, Sarfatti volta para a Itália, chega Venturi e ganha espaço na Argentina, no Brasil ainda está por ser investigado como isso se deu.

Anos 1950, os manuais de arte moderna italiana sempre relacionam a história da arte com a produção contemporânea.

 

 

Profa. Fernanda Marinho, texto Il gusto dei primitivi

É de 1926, 2ª edição 1972.

Analisa o conceito de primitivo e o descola da ideia pejorativa.

Idade média, presença do misticismo.
A partir do 1300, a ciência influencia, valorização do primor técnico, da capacidade do artista de reproduzir a natureza. O autor vê “prejuízos para a história da arte” que se volta para a ciência e não para o mundo.

Brunelleschi, formas geométricas, a ciência se sobrepõe à arte.

Venturi quer libertar-se da crítica de Vasari, que dá à história da arte uma perspectiva evolucionista. Para Venturi, os novos são superiores e os antigos devem estar a serviço dos modernos.

O conceito de “primitivo” se apresenta como antítese do clássico.

Para Venturi, o gosto “primitivo” é uma sensibilidade artística temporal, aceitação da simplicidade da forma. Não é uma espiritualidade religiosa.

Os Corolários dão uma chave de leitura para o texto.

Negar hierarquia naturalismo – realismo

Impressionismo assume importância histórica no pensamento de Venturi.

 

Segunda parte, conexão Trecento-Ottocento. O primitivo acaba como componente de inspiração mais do que de produção .

Primitivo: cor, luz, desenho, simplicidade da forma, impressionismo.

Vê em Cezanne a continuidade de Giotto. Giotto não é la gioia fiorentina, é humano, universal. Venturi quer destituir a ideia de italianità e ressaltar o caráter universal (na verdade francófono) da história da arte.

 

Fortuna crítica do texto

  • Gombrich, 1985: ao criticar o termo “primitivo” de Vasari, acaba legitimando o e usando-o na mesma chave.
  • Berenson é crítico mas estimula. Os alunos elogiam, em geral há críticas.
  • Giovanni Batista Toschi. Bispo, elogia Masaccio ao comentar o texto de Venturi.
  • Argan, introdução. Passa da ideia da criação divina à de criação humana/histórica.
  • A ideia de gosto! O historiador se coloca no papel de crítico e a partir disso constrói a história da arte.
  • Emílio Cecchi, com quem polemiza? Parece estar sozinho.

 Il gusto... é quase uma história da crítica de arte.

Venturi é o mais internacional dos críticos que atuam no Brasil, paralelo com Pedrosa, que fala do problema da forma.

Venturi que aproximar a crítica de arte da história.

Salto Giotto-Cezanne, saem do seu contexto histórico para dar outra contribuição de mudança de paradigma na história da arte. Juízo de valor mas dentro dessa chave.

Reconhecer quais são as condições de  criação do artista.

“Como compreender a arte de Giotto a Chagall”, analisar a obra a partir de suas características formais.

Arquivos do impressionismo: colocam Venturi e a Itália no debate internacional (francês). Diálogo com Berenson, grande teórico da arte italiana e do Renascimento.

No Brasil, mencionado por Paulo Mendes de Almeida como referência e como alguém que visitou o Brasil. Os críticos sul-americanos o conhecem. De repente ele some e aparece Argan, que por sua vez carrega o legado de Venturi.

Anos 50, Venturi, textos e exposições (EUA, 1957 curadoria dele e exposição).

Sergio Milliet, “Marginalidade da pintura moderna” de 1942, preparando desde 1938 quando estava ligado grupo Santa Helena. A questão do primitivos é essencial para entender o Santa Helena, o domínio do artista sobre a técnica etc.

 

Mencionados, doação Rockefeller:

  • Jacob Lawrence, artista do Harlem;
  • Bayard Brown, sul dos EUA, crítica social do racismo.

Última atualização: segunda-feira, 22 abr. 2019, 22:30