SA | Cuidado Transcultural | |
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Teoria criada pela enfermeira norte-americana Madeleine Leininger que propõe que o cuidado deve ser planejado e implementado levando em consideração as crenças, valores e cultura individuais do paciente. A autora define como necessário correlacionar os aspectos socioculturais de cada indivíduo para entender as repercussões em saúde. O mesmo vale para os diferentes grupos sociais, devendo as práticas assistenciais se adequarem ao modo de viver de cada um. Dessa forma, os profissionais prestariam um cuidado culturalmente congruente, se tornando mais eficiente e significativo e refletindo em resultados benéficos |
DA | Color blindness ou Color blind racism | |
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Originalmente o termo color blindness refere-se ao daltonismo - condição médica na qual o indivíduo é acometido por uma cegueira parcial para cores. Color blind racism diz respeito a narrativas que reforçam a ideia de cegueira de raça/cor, identificado em falas como: "eu não vejo negro ou branco; eu vejo todos como iguais". Embora, a princípio, pareçam discursos bem intencionados, tratam-se, na verdade, de uma resistência em participar de diálogos sobre questões raciais - uma das marcas da fragilidade branca - e resultam na anulação do debate sobre raça. Argumentos pautados por color blind racism negam o racismo estrutural a que pessoas negras estão submetidas, o que num país como o Brasil, que em diversos momentos da História adotou o mito da democracia racial como capital político, pode ser lesivo à construção de ações para evoluir a pauta negra e perpetuar o silenciamento dessa população. Leituras recomendadas: Quem vê cor, não vê luta: https://mundonegro.inf.br/quem-nao-ve-cor-nao-ve-a-luta/ A Grande Fraude: https://www.redalyc.org/journal/770/77065180019/movil/ |
DA | Heteroidentificação | |
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“É um modelo de identificação étnico-racial de um indivíduo a partir da percepção social de outra pessoa". Ou seja, é quando uma pessoa identifica outra como pertencente a uma raça/cor a partir de sua percepção das características dessa pessoa. Esse modelo inicialmente foi utilizado para complementar a autodeclaração de candidatos(as/es) negros(as/es) a vagas reservadas em concursos públicos federais.A regulamentação desse procedimento foi realizada pela Portaria Normativa MPOG nº4, de 6 de abril de 2018, nos termos da Lei 12.990, de 9 de junho de 2014. Para esse modelo de identificação é utilizado o quesito de raça/cor estabelecido pelo IBGE. Leitura recomendada Portaria MPOG nº4/2018: https://docs.uft.edu.br/share/s/FpKipHAqTAaQSSvRRc6sXQ Lei 12.990/2014: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12990.htm Quesito raça/cor IBGE: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18319-cor-ou-raca.html |
IC | Interseccionalidade | |
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Termo usado, pela primeira vez, em 1989 pela jurista afro-americana Kimberlé W. Crenshaw para definir a interdependência das relações de poder de raça, sexo e classe. Sua origem remonta ao Black Feminism (feminismo negro), movimento do final dos anos 1970. A interseccionalidade propõe considerar as múltiplas fontes de identidade que permeiam um indivíduo, visando apreender as complexidades das identidades e das desigualdades sociais. A abordagem interseccional, mais do que apenas reconhecer que existem vários sistemas de opressão, evidencia a sua interação na produção e reprodução das desigualdades raciais - de forma que a opressão sofrida por uma mulher negra, por exemplo, não pode ser analisada como simplesmente a soma da opressão de gênero e de raça. |
Ed | Letramento Racial | |
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Conjunto de práticas, baseado em cinco fundamentos. O primeiro é o reconhecimento da branquitude. O indivíduo reconhece que a condição de branco lhe confere privilégios. O segundo é o entendimento de que o racismo é um problema atual, e não apenas um legado histórico. Esse legado histórico se legitima e se reproduz todos os dias e, se não for vigilante, o indivíduo acabará contribuindo para essa legitimação e reprodução. O terceiro é o entendimento de que as identidades raciais são aprendidas. Elas são o resultado de práticas sociais. O quarto é se apropriar de uma gramática e de um vocabulário racial. O quinto é a capacidade de interpretar os códigos e práticas “racializadas”. |
Md | Representatividade | |
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Representatividade é a qualidade de alguém, de um partido, de um grupo ou de um sindicato, cujo embasamento na população faz que ele possa exprimir-se verdadeiramente em seu nome. Ou seja, significa representar os interesses de determinado grupo classe social ou de um povo. É uma competência atribuída a um indivíduo ou uma entidade fundamentada na habilidade apresentada para desempenhar tal papel. |
Md | Viés Inconsciente | |
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Viés inconsciente é uma forma tendenciosa de pensar, ou seja, julgar desproporcionalmente contra ou a favor de um determinado grupo de pessoas, cultura ou ação, que pode ser considerado, muitas vezes, injusto devido ao tratamento desigual. Esses estereótipos sociais, muitas vezes, acabam se formando sem que possamos perceber. |
ML | Negritude | |
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A negritude é uma expressão artística, filosófica e política que busca afirmar a identidade negra, valorizando as culturas, histórias e experiências dos povos africanos e afrodescendentes. Ela surge como uma reação ao colonialismo, ao racismo e à opressão enfrentada pelos povos negros ao longo da história. Ela busca resgatar e valorizar a contribuição dos povos negros para a história da humanidade, contestando visões eurocêntricas e promovendo a valorização da diversidade cultural e étnica. Ela enfatiza a importância da ancestralidade africana e da consciência racial, e busca promover a igualdade, a justiça social e o orgulho negro. |