Apresentação da aula



Abertura de texto - semana 10




Se você tiver a oportunidade de visitar um Jardim Zoológico onde é exibido um grupo de uma espécie de um dos grandes macacos do velho mundo (chimpanzés, gorilas, orangotangos ou bonobos), além de poder admirar esses animais interessantíssimos, vale a pena também gastar algum tempo prestando atenção nos demais visitantes humanos. Não é incomum que ouçamos comentários tais como "Puxa, como parece gente!". De fato, esses animais pertencem ao mesmo grupo zoológico que nós mesmos, algo reconhecido antes mesmo do desenvolvimento das idéias evolutivas, dado o grande compartilhamento de características entre eles e nós. Somos classificados como pertencentes à espécie Homo sapiens e, portanto, ao gênero Homo e à família Hominidae, a mesma daqueles grandes macacos listados acima.

A admissão de nosso parentesco evolutivo com os demais primatas, entretanto, não foi feita sem dificuldades. Charles Darwin excluiu a nossa espécie de sua obra "A origem das espécies" de 1859 de forma deliberada, pois sabia que esse seria o tema mais delicado a respeito de suas idéias sobre evolução dos seres vivos. Afinal, termos sido feitos "à imagem e à semelhança" da divindade que nos havia criado era uma ideia que nos colocava acima e além de qualquer outro ser vivo e deixava nossa auto-estima elevada. A retirada dessa nossa posição especial entre os seres vivos não poderia, portanto, ser feita sem contestação. Foi somente em 1871 que Darwin abordou a evolução humana e outra publicação, cujo título pode ser traduzido como "A descendência do homem e seleção em relação ao sexo", bem depois que Thomas Huxley, o influente discípulo de Darwin, já havia publicado sua obra sobre evolução humana em 1863, cujo título traduzido é algo como: "Evidências do lugar do homem na Natureza".