Audição e Equilíbrio


A audição e o equilíbrio do corpo


Conforme mencionado anteriormente, os órgãos responsáveis pelo equilíbrio, que incluem o sáculo, utrículo e ductos semicirculares, estão localizados na orelha interna e são denominados aparelho vestibular. Esses órgãos são responsáveis por dois tipos de equilíbrio: o equilíbrio estático, que se refere à manutenção da posição do corpo em relação à força da gravidade, e o equilíbrio dinâmico, que é o controle da posição do corpo em resposta a movimentos repentinos, como aceleração e desaceleração.

Figura 3 - semana 4

Figura 3 - Movimento no ouvido interno


O funcionamento do controle do equilíbrio estático funciona da seguinte forma: as paredes do sáculo e do utrículo contêm pequenas regiões esp essas chamadas máculas, que são orientadas perpendicularmente uma em relação à outra, fornecendo informações sobre a posição da cabeça no espaço. Nas máculas, existem células ciliadas recobertas por uma substância gelatinosa que contém cristais de carbonato de cálcio. Quando a cabeça é inclinada, a gravidade puxa esses cristais para baixo, modificando a posição dos cílios, desencadeando um estímulo que se propaga até o cérebro e é decodificado como uma mudança na posição da cabeça.

Já o equilíbrio dinâmico está relacionado aos canais semicirculares da orelha média, que são cheios de um fluido e que contêm, na sua base, uma estrutura chamada crista ampular. Os três canais semicirculares estão posicionados em ângulos de 90 graus em relação aos outros e estão nos três planos do espaço. Movimentos repentinos deslocam o aparelho vestibular, sendo que o líquido interno, por inércia, tem seu deslocamento retardado, deslocando a crista ampular na direção oposta. O movimento da crista ampular desencadeia um estímulo nervoso, que é transferido para o encéfalo. De posse dessa informação, a formação bulborreticular (da porção inferior do tronco cerebral) pode corrigir qualquer desequilíbrio, antes mesmo que ocorra.

Se rodopiarmos a uma velocidade constante, o líquido no interior dos canais semicirculares passa a se mover em consonância com os canais, o que diminui a pressão sobre as células sensoriais. Se pararmos bruscamente de rodopiar, o líquido dos canais semicirculares continuará a se mover devido à inércia, estimulando as células sensoriais. A sensação de tontura que sentimos resulta do conflito de duas percepções: os olhos informam ao sistema nervoso que paramos de rodopiar, mas o movimento do líquido dos canais semicirculares da orelha interna informa que nossa cabeça ainda está em movimento.

Além de transmitir estímulos nervosos à formação bulborreticular, os canais semicirculares e as máculas enviam informações ao cerebelo, que prevê quando vai ocorrer um estado de desequilíbrio. Isso permite que estímulos corretivos apropriados sejam enviados à formação bulborreticular, principalmente antes de acontecer o desequilíbrio, de forma a evitá-lo, em vez de corrigi-lo depois de ocorrido. Pessoas que não possuem cerebelo não têm capacidade de previsão e, como resultado, executam todos os movimentos lentamente a fim de evitar quedas.