A Biodiversidade no mundo atual - Apostila online

1. Início de Conversa

No tópico da nossa disciplina, conversamos sobre o conceito de diversidade e sobre como ele está presente, com diferentes significados, nos lugares mais variados. Conversamos, também, sobre qual é a definição de biodiversidade utilizada pela Ciência. Esse será o conceito que utilizaremos daqui para a frente.

Agora que falamos o mesmo idioma e sabemos o que é a biodiversidade, podemos partir para nos aprofundarmos um pouco mais nesse tema e explorar as várias formas pelas quais essa diversidade pode ser expressa ou traduzida.

2. Mão à Obra

Iniciamos a Semana 3 com a seguinte tarefa: refletir sobre dois tópicos apresentados em nosso Diário de Bordo!

3. Diário de Bordo

Nesta semana, iniciamos escrevendo no Blog, dois Tópicos:

Tópico 1

Se um aluno lhe perguntasse:

"Quantas espécies existem no planeta?"

Como você responderia essa pergunta? Onde buscaria as informações para respondê-la?

Antes de iniciar, faremos um convite: tente buscar, na Internet, o número de espécies que há na Terra.

E então? Os números são semelhantes ou muito diferentes entre si? Anote esses valores e faça comentários acerca deles em seu blog. O título dessa reflexão deve ser:

“Número de espécies no planeta: reflexão inicial”.

Posteriormente, compare os dados obtidos com os que apresentaremos no tópico a seguir e, então, reveja os dados que encontrou. Eles se aproximam ou se distanciam em relação uns aos outros?

Tópico 2

Atualmente, uma das discussões mais envolventes sobre biodiversidade gira em torno justamente do número de espécies existentes no planeta. É quase inacreditável que, apesar de todo o avanço tecnológico e científico alcançado em nosso século, ainda estejamos em busca dessa informação, de maneira sistemática, desde os séculos XVIII e XIX.

Sim, professor, ainda não sabemos com exatidão quantas espécies de organismos habitam em nosso planeta azul, quem e quantos são nossos conterrâneos!

Há estimativas que buscam responder essa questão. Podemos ter, como ponto de partida, o número de espécies já conhecidas e descritas pela ciência.

Você tem ideia da ordem de grandeza desse número? Milhares? Dezenas de milhares? Milhões? Bilhões?

Faça uma pausa e escreva, em seu blog, um pequeno parágrafo intitulado Eu imagino que existam... espécies de seres vivos na Terra. Nele, explique rapidamente por que propõe esse número.

Bom trabalho!

Assim que terminarmos essa tarefa, iremos ao Conhecendo o nosso Porto.

4. Conhecendo o nosso Porto

A biodiversidade no mundo atual

Cerca de 2 milhões de espécies de animais, plantas e microrganismos já foram descritos pelos cientistas¹ ao redor do mundo.

Esse número, no entanto, é apenas uma parcela da biodiversidade que atualmente habita na Terra. Milhares de espécies desconhecidas são descobertas todos os anos, especialmente de organismos de pequeno porte, como insetos e microrganismos.

São descritas, a cada ano, em média, mais de 7.000 espécies de insetos (2.500 só de besouros!), mais de 1.500 espécies de fungos e cerca de 400 vertebrados (especialmente peixes, anfíbios e répteis). Mesmo para os grupos de vertebrados mais conhecidos, a taxa de descoberta de novas espécies ainda é alta: em média, 25 novas espécies de mamíferos e 5 de aves são descritas anualmente.

As estimativas do total de espécies viventes variam de alguns milhões a várias dezenas de milhões. Esses números – dezenas de milhões de espécies – são resultado de uma série de extrapolações feitas a partir de insetos capturados em copas de árvores de florestas tropicais e de vermes nematódeos no fundo de oceanos. Como isso acontece?

Fez-se a contagem de espécies ainda desconhecidas em uma determinada área (copa de árvore ou fundo de oceano, por exemplo) e, a partir disso, foram feitas projeções, estimativas, de quantas haveria no total. Entretanto, essas extrapolações são, em geral, amplamente criticadas pelos cientistas, e várias evidências contrárias a elas estão se acumulando nos últimos dez anos. Atualmente, são mais aceitas estimativas ao redor de 10 a 15 milhões de espécies.

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¹ Se você lê em inglês e quer saber um pouco mais sobre esse assunto, há uma revisão recente muito boa no texto sobre biodiversidade do Millenium Ecosystem Asssessment, disponível na página http://www.maweb.org/en/index.aspx

5. Reunião da Tripulação

A tabela abaixo, mostra a diversidade conhecida e estimada dos diferentes grupos de organismos atuais. Vamos explorá-la?

a - SMITHSONIAN INSTITUTION. Mammal Species of the World. 2004. Disponível em: <http://www.vertebrates.si.edu/msw/mswcfapp/msw/index.cfm>. Acesso em: 26/07/2012.

b - PETERSON, A. P. Zoonomen Nomenclatural data. 2004. Disponível em: <http://www.zoonomen.net>. Acesso em: 02/07/2012.

c - UETZ, P.; ETZOLD, T.; CHENNA, R. The EMBL Reptile Database. 2004. Disponível em: <http://www.reptile-database.org/>. Acesso em: 02/07/2012.

d - FROST, D. R. Amphibian Species of the World: an online reference. v. 2, 21, 15 July 2002. Disponível em: <http://research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.html>. Acesso em: 02/07/2012.

e - FROESE, R.; PAULY, D. (Eds.). FishBase. World Wide Web electronic publication. 2004. Disponível em: <http://www.fishbase.org>. Acesso em: 02/07/2012.

f - CAPELARI, M.; GUGLIOTTA, A. M.; FIGUEIREDO, M. B. O estudo de fungos microscópicos no Estado de São Paulo. p. 9-23 In: JOLY, C. A.; BICUDO, C. E. M. (Orgs.). Biodiversidade do Estado de São Paulo: síntese do conhecimento ao final do século XX. v. 2. São Paulo: Fapesp, 1998.

g - MARCELLI, M. P. Diversidade de fungos liquenizados no Estado de São Paulo: um diagnóstico. In: JOLY, C. A.; BICUDO, C. E. M. (Orgs.). Biodiversidade do Estado de São Paulo: síntese do conhecimento ao final do século XX. v. 2. São Paulo: Fapesp, 1998.

h - GUIRY, M. D.; NIC DHONNCHA, E. 2004. AlgaeBase version 2.1. National University of Ireland, Galway. 2004. Disponível em: <http://www.algaebase.org>. Acesso em: 02/07/2012.

i - CROSBY, M. R.; MAGILL, R. E.; ALLEN, B.; HE, S. A checklist of the mosses. St. Louis: Missouri Botanical Garden, 1999.

Agora que você já tem alguns dados, vamos responder ao questionário na nossa Reunião da Tripulação.

6. Registrando Marcos

Neste tópico, utilizamos a diversidade como um sinônimo de número de espécies. Embora esse seja um uso corrente entre os ecólogos, mesmo na ciência, diversidade tem um significado distinto.

Leia este texto antes de prosseguir.

Nosso desafio será elaborar a definição de dois importantes conceitos ecológicos muito utilizados quando tratamos de biodiversidade: riqueza e abundância:

Riqueza: número de espécies que ocorre em um determinado local. Por exemplo, podemos dizer que em uma ilha há 10 espécies.

Entretanto, na maior parte dos casos, apenas a riqueza não é suficiente. Por isso, existe um outro conceito que é muito utilizado:

Abundância: número de indivíduos de uma espécie em relação ao número total de indivíduos que ocorrem na área, ou seja, a abundância está relacionada à equitabilidade entre espécies. Considerando nossa ilha hipotética de 10 espécies, vamos supor que na ilha existam 100 indivíduos. Se cada espécie for composta por 10 indivíduos, dizemos que a abundancia de cada espécie é de 10 indivíduos, e que, dessa forma, a equitabilidade da ilha é alta (todas as espécies têm número semelhante de indivíduos – no nosso caso hipotético, o mesmo número). Entretanto, se a espécie A for composta de 91 indivíduos e o restante das espécies tiver apenas um indivíduo cada uma, dizemos que a equitabilidade da ilha é baixa, e a espécie A é chamada de espécie dominante.

Interessante não é?! Tudo fica mais fácil de entender quando exemplificamos...