[Apostila online] - Tópico 3: A Ficção imita a Vida

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Curso: 05 - Zoologia
Livro: [Apostila online] - Tópico 3: A Ficção imita a Vida
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Data: quarta-feira, 26 jun. 2024, 14:29

Descrição

[Apostila online] - Tópico 3: A Ficção imita a Vida

1. Início de Conversa

Geralmente, dá-se ênfase à abordagem de nove filos animais nos estudos de Zoologia para o ensino médio: Porifera, Cnidaria, Platyhelminthes, Nematoda, Mollusca, Annelida, Arthropoda, Echinodermata e Chordata. Isso porque são os filos mais conhecidos pela população em geral. É importante, porém, ressaltar aos alunos a existência de uma diversidade significativamente maior de animais. Sugerimos para esse fim que se ofereça aos alunos uma aula introdutória à Zoologia, mostrando a diversidade do grupo através de imagens e/ou vídeos de representantes de todos os filos animais descritos, deixando claro que a classificação animal está em constante revisão, de acordo com as descobertas científicas correntes, especialmente na última década, com a intensificação do uso de ferramentas moleculares em estudos filogenéticos. Podem ser citadas peculiaridades ou aplicações do estudo de cada grupo para que o horizonte do aluno seja ampliado em relação à pesquisa científica zoológica.

Assim, além dos filos supracitados, podem ser listados: Placozoa, Ctenophora, Orthonectida, Rhombozoa, Acoelomorpha, Chaetognatha, Gastrotricha, Rotifera, Seisonida, Acanthocephala, Gnathostomulida, Micrognathozoa, Cycliophora, Sipuncula, Echiura, Nemertea, Phoronida, Entoprocta, Ectoprocta, Brachiopoda, Kinorhyncha, Loricifera, Priapulida, Nematomorpha, Onychophora, Tardigrada, Xenoturbellida, Hemichordata. Informações adequadas sobre esses filos são obtidas na literatura indicada na bibliografia no final das considerações desta semana de estudos. Na seção de anexos, existe uma lista de vídeos de curta duração, que podem ser acessados e/ou baixados pela internet para demonstração dos filos animais a alunos do ensino médio.

Também podem ser usados filmes de ficção como recurso didático, desde que se apresente um relatório (folha com questões para responder) que levantem críticas associadas à formação de conceitos, ética, biotecnologia, preservação de espécies etc., como apresentado em alguns trabalhos no programa “Ciência à Mão”, da Universidade de São Paulo. A seleção de um vídeo para ser apresentado a adolescentes sempre tem que ser criteriosa, pois estes estão formando seu caráter. Existem filmes de ficção não indicados para este fim didático. O professor deve ter bom senso ao fazer a escolha. Os pdfs de dois desses trabalhos, a título de exemplo de recurso didático, encontram-se na seção de anexos desta semana.

Esse também é um momento interessante para introduzir, juntamente a esse recurso de ficção, a relação entre embriologia e classificação. Imagens de embriões podem parecer fictícias também. Existem 3 documentos para revisar esse assunto, sendo que você pode usá-los com seus alunos: um mapa de conceitos com glossário separado para o professor e uma revisão geral de embriologia mais aprofundada. Esses documentos também estarão disponíveis na página de abertura da semana. Clique nos hiperlinks para baixá-los.

Veja ainda a seguinte animação sobre embriologia que pode ajudar em suas aulas. Clique aqui para visualizar.

Fonte: .

Se desejar fazer o download do video, clique aqui


Figura 3.1 Reino Animalia; Filo Echinodermata; Classe Echinoidea; Ordem Clypeasteroida; Família Clypeasteridae; Gênero Clypeaster; Espécie Clypeaster subdepressus. Larva plúteos de bolacha-do-mar (ouriço-do-mar irregular).
Fonte: http://cifonauta.cebimar.usp.br.

2. Mãos à obra

Aqui serão apresentadas diversas imagens de animais colocados como monstros fictícios, mas que acabam por ilustrar a diversidade dos invertebrados menos conhecidos pela população em geral. Na primeira atividade desta semana, o cursista terá a oportunidade de testar seus conhecimentos a respeito da diversidade dos invertebrados de forma lúdica. Esta atividade não vale nota, mas sim participação. Muitos dos monstros de ficção são inspirados em seres vivos reais.

Nessa atividade, o cursista deve visualizar os 18 pares de animais e/ou protistas que aparecerão em imagens em hiperlinks pareadas, e identificar qual é o nome real do animal ou protista que inspirou a criação do personagem de ficção. Após suas tentativas de respostas, a seguir, aparecerão as respostas corretas para que você verifique se acertou. Este recurso também pode ser usado com alunos do Ensino Médio como atividade motivadora para introdução à Zoologia.

Figura 3.2 Interface da atividade interativa - Imagens representativas sobre animais fictícios.
Fonte: CEPA


Figura 3.3 larva tornaria do filo Hemichordata.
Fonte: http://cifonauta.cebimar.usp.br/

Vamos conhecer a atividade?

3. Finalizando

A diversidade do grupo não-natural conhecido como “invertebrados” provoca questionamentos e pesquisas infindáveis, dado o tamanho deste agrupamento. É privilégio do biólogo educador tornar conhecido e bem divulgado tal conjunto de animais, de forma que as pessoas comuns lidem com eles de maneira responsável e com uma postura conservacionista.

Atitudes que estimulem a pesquisa de espécies intrigantes, que apresentam um comportamento característico, podem promover interesse na pesquisa associada a esse grupo por parte de estudantes iniciantes, contribuindo assim para aprimorar o conhecimento da biodiversidade e suas implicações como um todo.


Figura 3.4 Um coleóptero, Cheilonmenes lunata, colocando ovos.
Fonte: Thinkstock

4. Ampliando o Conhecimento

Como vimos neste tópico, a informação fictícia sobre a diversidade dos invertebrados está acessível a qualquer pessoa. Basta que a curiosidade a impulsione a investigar o assunto. Mas é importante deixar a ficção de lado quando se trata da atuação da pesquisa científica na tarefa de identificar e descrever grupos zoológicos. Assim, a informação obtida por um restrito grupo de especialistas a respeito de um novo táxon pode ser passada aos demais pesquisadores, organizando-se a informação obtida de modo que facilite o acesso aos biólogos interessados na área. Uma das maneiras de realizar esse feito é a utilização de chaves dicotômicas de identificação. Tais chaves pretendem, através de caracteres concretos e não subjetivos, possibilitar a identificação de um organismo, bem como sua inserção em uma categoria taxonômica previamente estabelecida como, por exemplo, famílias, ordens e classes.

Figura 3.5 Vários espécimes da ordem de insetos Odonata, pertencentes a diferentes famílias, de acordo com suas características específicas.
Fonte: Thinkstock

4.1 Chave dicotômica

Uma chave dicotômica de identificação consiste em um sistema que utiliza duas possibilidades para cada caráter (característica) ocorrente no táxon em questão (ordem, família, gênero, etc.). Por exemplo, para um dado animal quadrúpede, chama-se a atenção para o tamanho de seus apêndices locomotores: uma possibilidade sendo o tamanho curto (15 a 25 cm) e outra, o tamanho longo (35 a 50 cm), o que o insere em uma determinada família. Os caracteres são organizados em alternativas oponentes que se excluem (a ou b), vinculadas a um mesmo passo ou estado de caráter. Em outras palavras, possibilita ao usuário da chave a identificação do táxon através das opções em um número variável de passos. A identificação é relacionada a uma classificação vigente, na qual o organismo será inserido se contiver as características consideradas. Veja o exemplo no próximo quadro informativo.


Figura 3.6 spécimes fictícios que podem ser identificados, em nível de família, segundo a chave de identificação fornecida. Espécime A, Família Pernalonguidae; espécime B, Família Orelhivoideiidae; espécime C, Família Caudoromboidae e espécime D, Família Afilocaudiidae.
Fonte: CEPA

Veja o exemplo artificial no quadro que contem uma chave de identificação para esses animais fictícios a seguir:

4.2 Nomenclatura Científica Binomial

Algumas regras importantes de nomenclatura zoológica estão sintetizadas no quadro a seguir:

 

 

 

Nomenclatura Científica Binomial

I - O nome da espécie:

a) Todos os seres vivos devem ser identificados por um nome específico de duas partes: a primeira que se refere ao gênero, e a segunda, denominada epíteto específico, que identifica a espécie.

Ex.: Panthera (gênero) leo (epíteto específico)..........

b) O nome científico deve ser escrito em latim (ou ser latinizado) e com letras itálicas ou destacado de alguma forma do padrão geral do texto, podendo ser, por exemplo, sublinhado ou em negrito......

Ex.: Panthera tigris, Panthera tigris ou Panthera tigris

c) A palavra referente ao gênero deve se iniciar com letra maiúscula e o epíteto específico deve ser escrito com letra inicial minúscula.

Ex.: Periclimenes brevicarpalis

d) O nome da subespécie, quando for o caso, deve ser escrito com letras minúsculas, itálicas (ou sublinhado) e após o epíteto específico. Veja o exemplo para um tipo de saracura:

Ex.: Aramides cajanea cajanea – ocorre na região do nordeste do Brasil.
....  Aramides cajanea plumbeicollis – ocorre na Costa Rica.

e) O nome do autor da descrição da espécie e o ano, quando citados, podem ser escritos após o nome do organismo de diferentes formas:

Ex.: Caretta caretta Linneau, 1785
......Caretta caretta L. 1785
......Caretta caretta (Linneau, 1785)

f) Quando se deseja indicar que uma espécie pertence a determinado gênero ou no caso de se conhecer o nome do gênero e não o da espécie, escreve-se o nome do gênero seguido da abreviatura sp. (espécie). Veja o exemplo do gênero de um tunicado abaixo:

Ex.: Polycarpa sp.

II - Categorias taxonômicas:

Existem diversos níveis hierárquicos utilizados na classificação atual além daqueles propostos por Lineu. Esta forma de organização varia de acordo com a necessidade de inserção de novos organismos em relação à diversidade do táxon em questão, ou em relação a um novo caráter taxonomicamente relevante, que acaba por iniciar uma nova categoria dentro daquelas já propostas. Veja o exemplo a seguir:

Reino









Filo









Classe









Ordem









Família (+idae)









Gênero









Tribo









Secção









Espécie









Raça

Dentro destas categorias costuma-se ainda inserir superlativos ou diminutivos às categorias já existentes. Por exemplo: superfamília, infraordem, subespécie etc.

III - Abreviaturas:

Algumas abreviaturas de categorias taxonômicas comumente usadas na classificação zoológica:

Taxa ou Táxon Abreviatura Plural
Espécie sp. spp.
Subespécie subsp. ou ssp. subspp. ou sspp.

5. Sugestão de Atividades

Para exercício de fixação (tarefa on line), você deve realizar a montagem de uma chave dicotômica a partir dos 5 animais/ou protistas identificados no exercício realizado no início do curso, semana 1 - “miscelânea de animais”. Consulte as chaves dicotômicas propostas por Solange Peixinho e colaboradores como ajuda adicional para a construção de sua chave dicotômica. Pesquise as características dos animais escolhidos para fazer uma chave bem consistente.

Links para chave de Solange Peixinho e colaboradores:

http://www.zoo1.ufba.br/chavemet.htm

htm http://www.zoo1.ufba.br/chave.htm

Vamos para a Atividade?

7. Anexos

Artigos sobre ficção científica associada à educação:

    http://www.scielo.br/pdf/ep/v35n3/08.pdf

    http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v14n2/a06v14n2.pdf

    Indicamos a coleção de DVD “Pequenos Monstros” – BBC. Trata-se de quatro DVDs com conhecimento científico sobre invertebrados interessantes.

    Lista de vídeos de curta duração, que podem ser acessados e/ou baixados pela internet, para demonstração dos filos animais aos alunos do ensino médio. Para aumentar sua chance de encontrar um bom vídeo, pesquise sobre os gêneros de cada grupo e coloque-os no campo de procura do youtube.

      Kinorhyncha

      Nematomorpha

      Tardigrada

      Placozoa

      Nemertea

      Ctenophora

      Gastrotricha

      Rotifera

      Sipuncula

      Echiura

      Phoronida

      Brachiopoda

      Ectoprocta

      Entoprocta

      Onychophora