Roteiro da Semana 9

Site: Moodle USP: e-Disciplinas
Curso: 03 - Ser Humano e Educação em Ciências
Livro: Roteiro da Semana 9
Impresso por: Usuário visitante
Data: sábado, 4 mai. 2024, 19:02

Descrição

Roteiro da Semana 9 do Curso de Ser Humando e Educação em Ciências

Apresentação da aula


Sistema Endócrino e Reprodutor


Semana 9 - abertura


Todos nós já ouvimos a célebre frase: o ser humano nasce, cresce, se reproduz e morre. E é justamente na reprodução que encontramos a mais importante função desempenhada pelos organismos em geral. É através da recombinação por crossing over na produção dos gametas e da reprodução sexuada que os indivíduos misturam seus genes e geram novas combinações de alelos nas futuras gerações. Estas novas combinações são fundamentais para a variabilidade genética da espécie e também são a “matéria-prima” para a evolução e seleção natural dos genótipos mais adaptados aos diferentes ambientes. Dessa forma, é através da reprodução que nossos genes são perpetuados nas gerações vindouras, que continuam evoluindo ao longo do tempo.

No momento do planejamento de suas aulas, pense no tema reprodução como sendo um excelente exemplo de integração entre os sistemas reprodutor e endócrino. É justamente aqui que podemos trabalhar todo o conceito de controle do corpo por hormônios e as modificações que sofremos ao longo de nossas vidas, relacionando, por exemplo, as mudanças corporais que acontecem na puberdade com a alteração nos níveis de produção dos hormônios sexuais. É no início da puberdade que temos a oportunidade de integrar um conhecimento teórico do funcionamento do corpo humano com mudanças que os próprios alunos estão vivenciando naquele momento.

Ademais, sempre que falamos de reprodução, temos de levar em consideração o amadurecimento da sexualidade dos alunos, além de lidar diariamente com dúvidas relacionadas ao sexo, métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, entre outras. Assim, é praticamente impossível dissociar reprodução da sexualidade, principalmente na fase de mudanças pelas quais estão passando os alunos. Os estudantes entendem de maneira superficial os conceitos relacionados à reprodução, principalmente no tocante aos aspectos macroscópicos, uma vez que envolvem questões bastante próximas do seu cotidiano. A banalização do sexo, principalmente nos meios de comunicação, pode, muitas vezes, propiciar a fixação de conceitos errados ou incompletos sobre as características sexuais e reprodutivas, e é papel do professor de ciências ajudar no melhor entendimento dessas questões tão cruciais.

Dessa maneira, dada a importância do tema e também a vastidão de informações existentes sobre ele, dividiremos esta atividade em duas partes. A atividade desta semana será mais voltada para a anatomia e o funcionamento dos sistemas genitais masculino e feminino, bem como para o seu controle hormonal. Já, na atividade da próxima semana, trabalharemos temas como sexo, gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e métodos contraceptivos.

Antes de prosseguirmos o nosso tema da semana, reflita sobre a seguinte questão: Como acontecem as mudanças no corpo durante a puberdade? Qual o papel dos hormônios no aparecimento das características sexuais secundárias? Como isso afeta as mudanças de comportamento dos indivíduos?

Sistema Reprodutor Masculino


Funcionamento do Sistema Reprodutor Masculino


O sistema genital masculino está dividido em gônadas (local onde os espermatozoides são produzidos), um sistema de ductos (que ligam as gônadas ao exterior do corpo), uma série de glândulas sexuais acessórias (que produzem substâncias de sustentação para os gametas) e estruturas de sustentação. Em um detalhamento mais fino, podemos identificar as estruturas como sendo os testículos (gônadas), epidídimo, ducto deferente e uretra (sistema de ductos), glândulas seminais, próstata e glândula bulbouretral (glândulas sexuais acessórias), e o escroto e o pênis (estruturas de sustentação).

Os testículos, que no homem ocorrem em número de dois, são órgãos ovais que se localizam no escroto e contêm os túbulos seminíferos, nos quais os espermatozoides são produzidos. Contêm ainda as chamadas células de sustentação, que servem principalmente para a nutrição dos espermatozoides em formação e as células intersticiais, que produzem o hormônio masculino testosterona. A razão pela qual os testículos estão localizados no escroto, fora da cavidade abdominal do corpo, é simples. Para uma perfeita produção dos espermatozoides, os testículos têm de estar em um local com temperatura aproximadamente 1oC mais baixa do que a temperatura corporal. Assim, quando nasce um menino, até aproximadamente 18 meses de vida, seus testículos migram da cavidade abdominal para o escroto.

Animação 1 - Sistema Reprodutor Masculino


O escroto, que é o saco que sustenta e regula a temperatura dos testículos, é composto por uma camada de pele frouxa e musculatura lisa que se contrai e relaxa de acordo com a temperatura do ambiente. Quando baixa a temperatura, a tendência é a musculatura do escroto contrair-se e trazer os testículos para uma posição mais próxima ao corpo, de onde pode absorver algum calor. Ao contrário, quando aumenta a temperatura, a tendência é um relaxamento da musculatura do escroto, afastando os testículos do corpo e, consequentemente, diminuindo sua temperatura.

Uma vez que os espermatozoides estão prontos, eles migram dos testículos até o epidídimo, que nada mais é do que um sistema de ductos fortemente espiralados, onde os gametas são armazenados e sofrem um processo de maturação e aumento de motilidade. A continuação do epidídimo é chamada ducto deferente (ou canal deferente), que se liga à porção prostática da uretra. É no ducto deferente que são liberadas as secreções da glândula seminal. A uretra nada mais é do que um ducto que liga a bexiga ao ambiente externo do corpo, passando pelo interior do pênis.

Associado a esse sistema de ductos que, conforme vimos, ligam o local de produção dos espermatozoides ao ambiente externo ao corpo, encontramos uma série de glândulas que secretam produtos que ajudam na viabilidade e mobilidade dos espermatozoides após a ejaculação. As glândulas bulbouretrais secretam uma espécie de muco, capaz de lubrificar a uretra e impedir assim que os espermatozoides sejam danificados por atrito com as paredes da uretra no momento da ejaculação. Esse muco produzido apresenta um pH básico, de modo que neutraliza o pH da uretra, que normalmente é ácido devido à urina, e, consequentemente, tóxico para os espermatozoides. Ainda associadas ao sistema de ductos, encontramos as vesículas seminais, cuja secreção constitui aproximadamente 60% do volume final do sêmen. Essa secreção, que é de natureza básica e apresenta uma alta viscosidade, é composta principalmente de frutose (fonte de energia para os espermatozoides), prostaglandinas (que auxiliam na mobilidade dos espermatozoides) e proteínas de coagulação para reduzir o desperdício de sêmen após a ejaculação. Já a próstata produz uma secreção que contribui com aproximadamente 25% do volume final do sêmen, além de ter diversas substâncias que auxiliam na mobilidade dos espermatozoides.

O câncer de próstata é um dos tipos mais comuns de câncer e, em geral, é detectado por exame físico ou monitorado por exames de sangue (menos eficazes). O tratamento é variado e depende se o tumor ainda está restrito à próstata ou se já entrou em metástase, podendo, assim, variar entre tratamentos cirúrgicos e radioterápicos até tratamento com drogas de bloqueio hormonal de testosterona.

O órgão acessório final do sistema reprodutor masculino é o pênis. O pênis é um órgão cilíndrico composto de raiz, corpo (do pênis) e glande. A raiz do pênis é a porção proximal, ligada ao osso do quadril. O corpo do pênis é composto de três massas cilíndricas de tecido. As duas massas dorsolaterais são chamadas corpos cavernosos do pênis, enquanto a massa medioventral, menor, é o corpo esponjoso do pênis. Estas três massas são envoltas por tecido conjuntivo e pele e são o tecido erétil do pênis. No momento da ereção, os corpos cavernosos se enchem de sangue, promovendo um aumento de volume do pênis e sua consequente ereção. A extremidade distal do corpo esponjoso é uma região levemente aumentada, chamada glande do pênis, na qual se localiza a abertura da uretra. Cobrindo a glande, temos uma pele frouxa chamada prepúcio. A região da glande tem um grande número de terminações nervosas, todas elas ligadas aos estímulos sexuais necessários para a preparação da relação sexual. A função primordial do pênis é levar os espermatozoides para dentro do corpo da mulher e depositá-los na vagina.

Assista ao vídeo a seguir para melhor compreender o que foi trabalhado até agora.

Testículos


Controle hormonal dos testículos


O controle hormonal dos testículos se inicia no começo da puberdade, quando células neurossecretoras no hipotálamo aumentam a secreção de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas). Este hormônio age diretamente na adeno-hipófise , estimulando a produção de FHS (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante).


O LH estimula as células intersticiais dos testículos a produzirem e liberarem testosterona na corrente sanguínea, que forma uma alça de retroalimentação negativa no hipotálamo e controla a liberação de GnRH. Em outras células-alvo como a próstata e a vesícula seminal, uma enzima converte a testosterona em diidrotestosterona (DHT). Já o FSH, juntamente com a testosterona, atua diretamente no estímulo à espermatogênese e a consequente produção de gametas. Quando a espermatogênese se encontra em um nível aceitável, um segundo tipo de célula dos testículos - as células de Sertoli - secretam a inibina, que age inibindo a liberação de FSH pela adeno-hipófise .

Em geral, tanto a testosterona quanto a DHT são necessárias em vários momentos da vida de um homem. Em um primeiro momento, esses hormônios são extremamente importantes durante o desenvolvimento pré-natal, uma vez que estimula a formação do padrão de ductos característico do sistema genital masculino, bem como a descida dos testículos para o saco escrotal. Depois disso, os níveis hormonais ficam baixos durante a infância, voltando a aumentar no início da puberdade, onde tanto a testosterona quanto a DHT causam o desenvolvimento e o aumento dos órgãos sexuais internos masculinos, bem como o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas. Esses hormônios ainda interferem no comportamento sexual e na libido de ambos os sexos.

[Atividade] - Questionário 1


Questionário - semana 1


!!! [Questionário] - Para realizar a atividade, responda as questões propostas.

Sistema Reprodutor Feminino


Funcionamento do sistema reprodutor feminino


O sistema genital feminino é composto de dois ovários (gônadas), duas tubas uterinas, um útero, uma vagina e da vulva.


Animação 2 - Sistema Reprodutor Feminino


A vulva é um conjunto de estruturas acessórias externas. O monte de Vênus, que nada mais é do que um acúmulo de células adiposas, recoberto por grossos pelos pubianos, protege esta região da mulher contra choques mecânicos durante o ato sexual. A partir do monte, temos duas dobras de pele, que também são recobertas por pelos pubianos, chamadas grandes lábios ou lábios maiores do pudendo. Na parte interna dos grandes lábios, encontramos duas pregas de pele, com grande quantidade de células sebáceas chamadas pequenos lábios ou lábios menores do pudendo. O clitóris é uma pequena massa cilíndrica de tecido erétil e terminações nervosas. É recoberto por uma pele frouxa, que é chamada prepúcio do clitóris. A parte exposta do clitóris é a glande do clitóris. Assim como o pênis, quando estimulado, o clitóris também é preenchido por sangue e o seu tamanho aumenta. A região entre os lábios menores é chamada vestíbulo da vagina, onde são encontrados o hímen (quando presente), a abertura da vagina e a abertura da uretra.

Internamente, encontramos os ovários, que são os órgãos que produzem os ovócitos secundários e os hormônios sexuais femininos. Eles são originários do mesmo tecido embrionário que gera os testículos no homem e têm o tamanho aproximado de 3 centímetros. Localizadas proximamente aos ovários, encontramos as tubas uterinas (chamadas, antigamente, trompas de Falópio), cuja função é o transporte dos ovócitos secundários até o útero. A porção distal das tubas uterinas apresenta uma região expandida denominada infundíbulo, que tem diversas projeções digitiformes, denominadas fímbrias. O movimento dessas fímbrias guia o ovócito secundário para dentro da tuba uterina. Internamente, as tubas uterinas possuem diversas células ciliadas, que, com o movimento de seus cílios, geram o movimento do ovócito em direção ao útero. Para que uma gravidez aconteça e o embrião se implante corretamente no útero, a fecundação do ovócito secundário precisa acontecer dentro das tubas uterinas, para que, ao atingirem o útero, os embriões já estejam em um estágio embrionário correto para a implantação.

O útero é o local de implantação do embrião após a fertilização. Quando esta fertilização não ocorre, o útero também é a fonte do fluxo menstrual. Ele é composto de uma camada muscular (miométrio), que, durante o parto, sofre contrações para a expulsão do feto e de uma camada interna de células chamada endométrio, que é a camada responsável pela implantação e nutrição do feto em caso de gravidez. No caso da não fertilização do ovócito secundário, esta é a camada que é descartada no fluxo menstrual. Já a vagina é um canal tubular, que liga o exterior do corpo ao útero e é o local onde os espermatozoides são depositados durante o ato sexual. O ambiente interno da vagina normalmente é ácido, impedindo assim o crescimento microbiano, além de ser prejudicial aos espermatozoides. Entretanto, os componentes alcalinos do sêmen ajudam a neutralizar o pH do ambiente vaginal, aumentando assim a viabilidade dos espermatozoides. Uma vez dentro do corpo da mulher, os espermatozoides podem viver até 48 horas.

Ciclo reprodutivo do óvulo


Como é o ciclo reprodutivo feminino


Durante sua vida fértil, a mulher normalmente passa por ciclos mensais de preparação para uma possível gravidez. Este ciclo envolve hormônios do hipotálamo, da adeno-hipófise e dos ovários, além de envolver modificações no útero para receber o possível embrião.

Agora, antes de assistir ao vídeo indicado, pense um pouco sobre o processo hormonal envolvido no ciclo reprodutivo feminino e também como esses hormônios atuam nas modificações sofridas no útero e no ovário.


Ciclo Menstrual

[Atividade] - Questionário 2


Questionário 2 - semana 1


!!! [Questionário] - Para realizar a atividade, responda as questões propostas.

[Atividade] - Fórum


Fórum - semana 9


!!! Clique aqui para realizar a atividade.

[Atividade] - Sequência Didática


Questionário - semana 3


!!! [SD] - Dê início a atividade.

Material Impresso (PDF)


Semana 9


Material impresso - Semana 9

Caso queira ter acesso ou imprimir parte do conteúdo desta semana,
clique no símbolo acima.